Beba vinho com cortiça, pela sua saúde
Diário Económico | 18-04-2006

A reacção de compostos da cortiça com vinho pode produzir um agente antitumural.

A cortiça tem efeitos anticancerígenos e diminui o risco de doenças cardiovasculares e degenerativas. Segundo Luís Gil - responsável pela Unidade de Tecnologia da Cortiça do INETI- a rolha de cortiça “forma compostos anticancerígenos e antioxidantes que podem diminuir o risco de doenças cardiovasculares, assim como certas doenças degenerativas”. A reacção de compostos da cortiça com o vinho pode produzir um agente antitumural de elevada eficácia.
 
As propriedades e benefícios da cortiça não param de surpreender. Recentemente dois estudos efectuados pelo Instituto Nacional de Engenharia e Inovação (INETI) revelaram dados importantes para a credibilização da cortiça e de todo o sector. A cortiça tem efeitos anticancerígenos e diminui o risco de doenças cardiovasculares e degenerativas.
 
As conclusões do estudo revelam que para além dos efeitos favoráveis à evolução do vinho, conferindo-lhes compostos orgânicos voláteis como a vanilina (agente do sabor), que proporcionam odores e sabores específicos, a cortiça forma compostos anticancerígenos e antioxidantes que ajudam a reduzir o risco de doenças degenerativas e cardiovasculares. Os investigadores do INETI demonstraram, através de um estudo prévio, que a reacção de compostos da cortiça com o vinho pode produzir acutissimina A, um agente antitumural, 250 vezes mais eficaz que um dos mais frequentes remédios anticancerígenos utilizados actualmente.
 
Deste modo, para além de ser o vedante de excelência para os vinhos, a cortiça acaba por ser uma mais-valia para a saúde dos consumidores de vinho.
 
Do ponto de vista ambiental, o uso da rolha de cortiça ajuda a diminuir o efeito estufa e os problemas climáticos como o aquecimento global.
 
A equipa de investigação da Unidade de Tecnologia da Cortiça, aponta ainda, os efeitos positivos que o uso de cortiça traz ao meio ambiente. Luís Gil, responsável pela investigação, revela a importância que pequenos gestos, como a escolha de um vinho vedado com cortiça, podem ter na preservação do meio ambiente. Segundo o investigador, o uso da rolha de cortiça ajuda a diminuir o efeito de estufa provocado pelo dióxido de carbono (CO2), um dos gases mais poluidores da atmosfera, resultante da queima de combustíveis fósseis.
 
O dióxido de carbono é fixado por todas as plantas, que o retém e libertam oxigénio. A cortiça revela-se extremamente eficaz nessa tarefa, retendo mais do dobro do seu peso em CO2, como é praticamente imputrescível, ao contrário das outras biomassas, essa retenção dura quase eternamente.
A extracção de cortiça dos sobreiros revela-se então um rito precioso, as árvores das quais se extrai cortiça formam rapidamente uma camada para se proteger, e produzem, ao longo da sua vida, 4,25 vezes mais cortiça do que as restantes. A conclusão da equipa de investigadores do INETI remete para que, um aumento anual na produção de cortiça, se traduza numa fixação de CO2 correspondente à poluição produzida por 185 000 automóveis por ano.
 
De notar que, as rolhas produzidas anualmente, “absorvem” dióxido de carbono equivalente à poluição produzida por cerca de 49 000 automóveis.
 
Se tomarmos em consideração o consumo de vinho aconselhado pelos médicos (0.25l por dia), ou seja 122 garrafas por ano, ao escolhermos garrafas vedadas com rolhas de cortiça, essas mesmas rolhas podem fixar a poluição equivalente a um automóvel percorrer 7 km.
 
Portugal é líder na produção e transformação mundial de cortiça, os novos contributos destes estudos, vêm credibilizar e potenciar um dos sectores mais importantes da economia nacional.
 
 
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