Ervamoira foi a Quinta de Vinho do Porto que ganhou o prémio nacional do terceiro "International Best Of Wine Tourism Awards" atribuídos pela "Great Wine Capitals", na categoria de "Parks, Gardens and Lanscapes", reconhecendo a como um dos locais do Douro onde a paisagem merece ser apreciada por todos os turistas.
A “Great Wine Capitals” junta oito regiões de produtores de vinho a nível mundial, entre as quais o Porto (representa a região do Douro e dos Vinhos Verdes), e tem como missão incentivar o desenvolvimento económico, académico e cultural em cada uma das cidades membro, através da partilha de experiências e projectos conjuntos, especialmente na área do turismo do vinho.
Este concurso anual é uma oportunidade para essas regiões promoverem o seu "know how", eficiência e programas inovadores para turistas internacionais, e premiou Ervamoira pelo seu grande atractivo paisagístico natural para quem visite á região do Douro.
Localizada na margem esquerda do rio Côa, em pleno Parque Arqueológico do Vale do Côa, a Quinta de Ervamoira, propriedade da Adriano Ramos Pinto Vinhos S.A., está ainda em terras consideradas Património Cultural da Humanidade. Mas em 1974, quando o então administrador da empresa, José António Ramos Pinto Rosas, a comprou, era mais uma das quintas do Douro Superior que se tinha dedicado à cultura do cereal. José Rosas procurava terras onde pudesse por em prática a mecanização que pensava fazer falta à produção de Vinho do Porto devido à falta de mão de obra e aos elevados custos de produção. E naquele local, onde o microclima proporciona Invernos muito secos e Verões muito quentes, e onde o relevo é menos acidentado, acabou por fundar Ervamoira, a quinta que se transformou em projecto piloto na produção de Vinho do Porto e passou a ser um "oásis" nos vales do Douro Superior.
A inovação surgiu com a plantação de vinha "ao alto", e não em socalcos ou patamares, o que permitia a sua mecanização e consequente diminuição da mão de obra, e também com a selecção das cinco melhores castas das 80 tintas anteriormente utilizadas e a sua plantação em talhões, permitindo a sua distinção e evitando a mistura aleatória na produção do vinho. Para este trabalho, José Rosas contou com o sobrinho João Nicolau de Almeida, homem da primeira geração de enólogos portugueses e actual administrador delegado da empresa, que estudou as castas que se produziam na Região Demarcada do Douro e escolheu apenas cinco para a nova quinta, onde também se começou a produzir vinho de mesa da região Douro, aproveitando os excedentes de uvas para Vinho do Porto.
Todas estas alterações proporcionam, actualmente, a configuração de uma paisagem única, sobretudo durante a primavera e o Verão, altura em que as folhas das vinhas "pintam" de verde um vale rodeado de tons acastanhados provocados pelas altas temperaturas da região. Uma paisagem única que foi agora distinguida com este prémio que tem como critério principal o impacto da panorâmica nos turistas que visitam as quintas vinícolas.
Em Ervamoira existe ainda um Museu de Sítio onde estão expostas as peças encontradas na estação arqueológica existente na propriedade. A poucos metros do actual museu, uma casa tradicional em xisto, foram encontrados vestígios da permanência humana há séculos atrás, descobertos quando a empresa se preparava para plantar mais vinha. Por isso, realizaram se escavações e estudos que revelaram objectos do período romano e medieval, que se encontram agora recuperados e expostos no museu aberto ao público mediante marcação prévia.
De referir ainda que a “Great Wine Capitals” já tinha distinguido a Ramos Pinto em 2003, com o prémio internacional na categoria "Arts and Culture" pela Casa Museu em Vila Nova de Gaia, sede da empresa. O prémio ganho este ano será exposto na Quinta de Ervamoira, o local que recebeu a distinção. |