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Adega Cooperativa do Algarve já tem terrenos para construção da sede |
Projecto da Única irá custar cerca de seis milhões de euros, com financiamento do PRODER |
Região Sul | 24-08-2009 |
Aquela que se concretiza como a primeira fusão a nível nacional de duas adegas cooperativas deu mais um passo em frente na passada sexta-feira.
Resultante da agregação das Adegas Cooperativas de Lagos e Lagoa, a Única – Adega Cooperativa do Algarve passou assim a ter terrenos próprios, fruto da assinatura de um acordo preliminar com vista à construção das novas instalações no local do antigo Posto Agrário de Lagoa.
Pertencentes à Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, estes terrenos avaliados em doze hectares passam assim a ser a casa da Única, o local onde serão construídas as instalações e os equipamentos necessários para o funcionamento da mesma naquele que será um investimento de seis milhões de euros financiado parcialmente pelo PRODER - Programa de Desenvolvimento Rural.
Sendo as duas únicas resistentes no Algarve, depois do encerramento da adega de Tavira, as duas cooperativas representam actualmente cerca de 80 por cento da produção vinícola do Algarve, pelo que para José Pina, presidente da recém criada Única, este “é um passo fundamental para a sobrevivência da vitivinicultura do Algarve”.
“Se não tivéssemos um equipamento desta natureza, mais dia, menos dia acabaríamos por encerrar”, afirmou o até agora presidente da Adega Cooperativa de Lagoa.
Numa cerimónia que contou com a presença de Jaime Silva, ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas, José Pina destacou a visita do ministro à cooperativa de Lagoa no ano de 2008, afirmando que esta “fez renascer o interesse e o entusiasmo dos agricultores de Lagoa”, acrescentando que esse entusiasmo “duplicou com a cedência destes terrenos”.
"Ainda falta mais um passo antes da concretização total do projecto", declarou José Pina, referindo que “só falta mais uma etapa, no caso, a cedência definitiva dos terrenos para a Única”, considerou, numa situação que seria mais tarde esclarecida por Jaime Silva, que reafirmou que o governo irá ceder definitivamente os terrenos à Adega Cooperativa do Algarve.
Questionado pelo Região Sul sobre quando se dará o início da produção da Única, José Pina mostrou-se confiante nas capacidades da nova adega cooperativa. “No máximo, a campanha de 2012 já tem que estar cá”, declarou, acrescentando que cada campanha estará projectada para produzir qualquer coisa como três milhões de litros de vinho.
Prevendo-se que venha a dar emprego a cerca de dez funcionários, sem contar com a época sazonal das vindimas, as novas instalações da Única incluirão ainda um departamento técnico apostado em produzir vinho de qualidade.
Para Jaime Silva, “é preciso que as adegas algarvias acompanhem a modernidade”, dado que, no entender do ministro, “o que faz falta nas adegas é partir para outra dinâmica, uma dinâmica da qualidade, da concentração e da independência financeira”.
“Esta adega irá produzir um vinho Único”, afirmou Jaime Silva, declarando ao Região Sul que “esta adega vem permitir aos agricultores que têm vinhas mais pequenas juntarem-se todos numa nova unidade moderna que vai ter uma preocupação de fileira, que vai desde ajudar os seus sócios, à reestruturação das suas vinhas com as castas mais recomendadas para termos vinhos de qualidade que remunerem melhor o esforço do produtor e, simultaneamente, permitam que o sector cooperativo não morra no Algarve”.
Abordando as vastas potencialidades do projecto, o ministro da Agricultura considerou ainda que o projecto funciona também ao nível turístico, podendo vir a ser incluído nas rotas de enoturismo.
“Estamos com esta fusão das adegas numa lógica de fileira desde a reestruturação da vinha até ao aparecimento de novas marcas do vinho Único”, declarou Jaime Silva, deixando aos agricultores algarvios o desafio de que estes lutem pelo aumento dos valores de apoio à produção vitivinícola no Algarve. “Os apoios à reestruturação no Algarve são à volta de 12 mil euros por hectare e há abertura por parte do governo para rever esse montante”, afirmou o ministro.
A terminar, Jaime Silva definiu todo o projecto da Única como “um trabalho em comunidade que mantenha uma identidade do Algarve que já foi reconhecida, como a do vinho de Lagoa e voltar a repô-la com outra modernidade, numa lógica de fileira”. |
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