É uma oportunidade para ficar a conhecer melhor as castas e os sabores: a Universidade do Minho está a ministrar um curso de iniciação à prova de vinhos. Jovens são os mais interessados na matéria.
Um curso de iniciação à prova de vinhos está a decorrer, até hoje, na Universidade do Minho, em Braga. É a segunda sessão de um outro realizado na passada semana. No total, foram 42 as pessoas que fizeram o curso, sobretudo, jovens estudantes.
Isabel Araújo, da Vinália, um spin-off da Universidade do Minho ligada ao sector empresarial vitivinícola e organizadora do curso, salienta o facto de "este curso ter tido a adesão de gente jovem, entre os 20 e os 25 anos, o que representa uma mudança no paradigma cultural". Isabel Araújo vai mais longe: "É mais um indício forte de que os hábitos de beber dos jovens estão a mudar e, por isso, querem saber mais sobre aquilo que bebem".
Maria Matos é uma engenheira química que não bebe: "Vim por curiosidade, até porque o mundo dos sabores é enorme". Outro factor prende-se com a questão académica, já que Maria está inclinada para fazer uma pósgraduação nessa área.
Eduarda Silva, de engenharia Biomédica, está a começar a descobrir o vinho: "Para já, estou no tinto". Além de avivar sentidos, Eduarda gosta de ter uma opinião sobre as coisas: "Tenho enormes dificuldades entre escolher um vinho e perceber as diferenças entre regiões e castas. Aqui fico com noções básicas sólidas que me permitem não fazer má figura".
Os cursos, segundo Isabel Araújo, destinam-se "a todos os que tenham particular interesse em melhorar o conhecimento na área da apreciação das características organolépticas do vinho, quer por serem enófilos, quer por uma questão cultural". O currículo é composto por temáticas como a fisiologia dos sentidos, gostos elementares, castas, aromas, vinificação, entre outros. O curso tem, também, um carácter prático com a percepção de aromas e prova de diferentes vinhos.
Nuno Alves também é de Biomédicas e a motivação da curiosidade deu lugar ao interesse por "por saber mais sobre a exploração dos sentidos". Principiante no consumo do néctar, o jovem participante espera pôr em prática os conhecimentos, "conhecendo melhor as diferentes castas e as suas implicações nos diferentes paladares".
A responsável pela Vinália justifica os cursos com o objectivo de aumentar o grau de exigência dos consumidores: "Um melhor conhecimento leva também a uma maior responsabilidade do produtor, obrigando a melhores métodos de produção e a descobrir novas formas de cultivo, por exemplo". É ali que a Vinália pode ter uma palavra a dizer. |