Fladgate vence Prémio BES Biodiversidade
Diário Digital / Lusa | 04-05-2009

A Fladgate, que detém o vinho do Porto Taylor´s, Fonseca e Croft, venceu a segunda edição do Prémio BES Biodiversidade com o projecto de um «Novo Modelo de Vinha para a Região do Douro», anunciou hoje a empresa.

Um comunicado da Fladgate refere que este prémio é, pela primeira vez, dedicado ao tema Biodiversidade e Empresas e foi hoje entregue, em Lisboa.

O «Novo Modelo de Vinha para a Região do Douro», desenvolvido pela equipa técnica da Fladgate e aplicado nas quintas da empresa desde 2002, é considerado «um passo de gigante para a vitivinicultura sustentável na sua avaliação económica, social e ambiental».

Este modelo representou uma evolução depois «do desastre ecológico» resultante do sistema de vinhas plantadas ao abrigo do PDRITM (Projecto de Desenvolvimento Rural Integrado de Trás-os-Montes), na década de oitenta do século passado.

Naquele modelo «descurou-se a defesa da erosão provocada pela chuva e suportou-se o trabalho do solo com o uso de herbicidas de acção residual» como explica a Fladgate.

«Receber este prestigiado prémio é para nós motivo de grande orgulho», afirma o director geral da Fladgate Partnership, Adrian Bridge, citado no comunicado da empresa, salientando que os resultados deste modelo colocam «Portugal na linha de frente da investigação mundial em viticultura de montanha».
O reconhecimento por um júri profissional leva a empresa a «prosseguir por esta via e a redobrar esforços e investimento para que a Região do Douro adopte este modelo de vitivinicultura sustentável que responda às melhores expectativas para a área classificada pela UNESCO como Património Mundial», defende Adrian Bridge.

O comunicado da empresa explica que, no Douro, cerca de 28 mil hectares de vinha (62 por cento da área vitícola da região) cobrem encostas com declives superiores a 30 por cento, e o novo modelo assenta na construção de patamares estreitos com talude em terra e uma só linha de plantação de videiras.

A construção dos patamares estreitos é feita com equipamento laser próprio e neles apenas é plantada uma linha exterior de videiras.

O revestimento do talude é feito com ervas autóctones espontâneas que, em equilíbrio com a natureza, crescem e secam naturalmente no fim da Primavera, quando são controladas mecanicamente, «anulando-se definitivamente a utilização de herbicidas de acção residual», salienta a informação da Fladgate.

Os patamares estreitos propiciam a prática de uma viticultura ecológica, podendo evoluir para a produção biológica das uvas.
 
 
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