O primeiro-ministro José Sócrates pediu ontem, em Viseu, aos empresários do sector dos vinhos para "arregaçarem mangas" e apostarem numa área em que "Portugal tem orgulho".
"Este é um sector que melhorou muito" e "tem vinhos de altíssima qualidade", disse José Sócrates.
"Vivemos uma das mais sérias e profundas crises mundiais. Este é o momento para deixar uma palavra de confiança, e dizer que é preciso investir", acrescentou o primeiro-ministro.
Durante a cerimónia de assinatura de contratos de atribuição de verbas para promoção de vinhos portugueses fora da União Europeia, que decorreu durante a tarde de hoje no Solar do Dão, em Viseu, o primeiro-ministro sublinhou que "Portugal tem orgulho no sector do vinho".
José Sócrates referiu que sempre que fez viagens ou deslocações, "o sector dos vinhos foi sempre um dos que esteve presente, acrescentando prestígio a Portugal".
"Queremos que [as exportações] subam. Temos de trabalhar na promoção e os vinhos portugueses são de qualidade", acrescentou.
Sobre os contratos hoje assinados, Sócrates considerou que "permitem uma parceria estratégica entre Estado e empresas, para promover o vinho português, como forma de afirmar a agricultura e a economia portuguesa".
O Ministro da Agricultura, Jaime Silva, realçou que "o vinho é importantíssimo para a agricultura portuguesa. São 200 mil postos de trabalho, 600 milhões de euro de exportação por ano".
"Curiosamente, num momento de crise, é um sector que mostra dinamismo, com um aumento das exportações", acrescentou.
O programa de promoção de vinhos em mercados de países terceiros é uma parceria com o sector privado, financiado publicamente com 16 milhões de euros, num investimento de 32 milhões de euros.
De acordo com o ministro da Agricultura, "os mercados do norte da Europa, dos países escandinavos, Estados Unidos e Canadá" são os mercados prioritários.
"Contrariamente ao que os sinais de crise dão noutros sectores, estamos a crescer nos Estados Unidos e Canadá", disse Jaime Silva.
O ministro referiu ainda que a "China e Rússia foram indicados como novos mercados, com potencialidade enorme de crescimento", mas onde é preciso começar por "fazer a pedagogia de consumo".
As verbas que alicerçam este programa de promoção de vinhos em mercados de países terceiros resultam de um envelope financeiro que Portugal conseguiu para apoiar o sector vitivinícola, quando, em Dezembro de 2007, sob a presidência portuguesa da União Europeia, se concluiu a reforma da Organização Comum do Vinho. |