Os preços do vinho vão continuar a descer pressionados pelo desequilíbrio entre a produção mundial, que diminuiu em 2005, e o consumo, que se manteve estável, anunciou hoje a Organização Internacional da Vinha e do Vinho.
O director-geral da OIV, Frederico Castellucci, disse hoje em Paris que a produção mundial de vinho no ano passado ficou entre 274,6 milhões e 282 milhões de hectolitros, o que representa uma quebra entre 5,7 e 8,1 por cento face a 2004.
Este comportamento resulta principalmente da redução de 12,3 por cento da produção registada na União Europeia, ao ficar nos 163,8 milhões de hectolitros.
Segundo dados da OIV, em Portugal, a produção desceu para 6,645 milhões de hectolitros contra 7,475 milhões em 2004.
Entre os países produtores que fizeram menos vinho estão a França, que desceu de 57,386 milhões de hectolitros em 2004 para 50,5 milhões no ano passado, Itália (de 53 milhões para 50,556 milhões de hectolitros) e Espanha (de 43,162 milhões de hectolitros para 35,300 milhões).
A oferta de vinho apresentou uma tendência contrária em países como EUA, Chile e Austrália, onde a produção cresceu.
No consumo, as estimativas da OIV apontam para uma subida muito ligeira, de 0,3 por cento, para 235,6 milhões de hectolitros, que marcou, no entanto, o fim da quebra registada desde meados dos anos 90.
A organização, que reúne 41 países membros, espera um aumento da produção para chegar a 290 a 320 milhões de hectolitros em 2010.
Quanto a exportações de vinho, em 2005, a Espanha ultrapassou a França, tornando-se o segundo maior exportador mundial, a seguir à Itália.
A Itália aumentou em 900 mil hectolitros as vendas de vinho a outros países, para atingir 15,1 milhões, e a Espanha subiu 600 mil para 14,1 milhões de hectolitros, enquanto a França assistiu a uma descida das exportações de 300 mil hectolitros, não ultrapassando 13,9 milhões. |