O Vinho Regional Ribatejano vai adoptar a designação Tejo, uma marca que os produtores acreditam ser mais fácil afirmar, sobretudo no mercado internacional, disse hoje à agência Lusa o secretário-geral da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Ribatejo.
João Silvestre disse à Lusa que a decisão de alterar a designação da marca foi tomada num Conselho Geral da CVR, onde têm assento os principais produtores da região, no Verão passado, depois de um estudo de mercado que indicou a designação Tejo como sendo a que traria mais notoriedade, tanto a nível nacional como internacional.
A portaria que concretiza a mudança «está em vias de ser publicada», aguardando a CVR Ribatejo pela sua publicação para arrancar com uma campanha de promoção da marca, da ordem dos 1,3 milhões de euros, disse.
A campanha terá por alvos os mercados nacional, europeu e fora da Europa, incidindo neste caso em quatro países - Brasil, China, Rússia e Angola -, e passará por participação em feiras e por convites a importadores e jornalistas especializados para que visitem a região onde o «Tejo» é produzido.
A nova designação visa «limpar a imagem não muito positiva» que os vinhos ribatejanos tinham no mercado nacional, uma imagem que vem do passado, duma altura em que o vinho da região era vendido a granel, e que ignora a «grande evolução ocorrida sobretudo na última década», afirmou.
Por outro lado, o nome «ribatejano» é de «pronúncia difícil e demasiado grande» para entrar com facilidade no mercado externo, enquanto «Tejo» é «muito mais fácil de dizer e traz uma associação à região», disse João Silvestre, frisando que as regiões produtoras de vinhos estão geralmente associadas à presença de um grande rio, que acaba por ser um elemento identificador da região, como é o caso.
Segundo disse, a nova direcção da CVR Ribatejo está a fazer uma «aposta forte» na promoção e na simplificação do processo burocrático que permite a certificação dos vinhos, frisando que em 2008 se registou um crescimento de 15 por cento de certificações.
«O nosso objectivo é, em cinco anos, duplicar o número de certificações», que em 2008 foi de 9,3 milhões de garrafas, afirmou.
Em Janeiro, o número de certificações cresceu 20 por cento em relação ao mês homólogo de 2008 e há ainda por cativar muitos produtores que não certificam os seus vinhos de mesa, adiantou.
Na área abrangida pela CVR Ribatejo existem actualmente cerca de 60 produtores activos com vinhos classificados, sete deles adegas cooperativas, afirmou.
A área de vinha da região é de 19 mil hectares, registando-se um decréscimo nos últimos anos, devido ao abandono das castas de menos qualidade e à saída de actividade dos produtores mais velhos, acrescentou.
Em contrapartida, há novos produtores e produtores a apostarem na inovação e na qualidade, disse.
Produtores como a Quinta da Alorna, Casal Branco e Fiúza (Almeirim), Lagoalva (Alpiarça), Vale d´Algares (Cartaxo), Encosta do Sobral (Tomar), Casal Coelheira (Abrantes), Companhia das Lezírias (Benavente) e as cooperativas de Cartaxo e Almeirim são alguns exemplos de vinhos com aceitação no mercado, alguns deles premiados, tanto a nível nacional como internacional. |