O Conselho de Viticultores da Casa do Douro (CD) reúne sábado para agendar as eleições para o organismo representativo da lavoura duriense, disse hoje à Agência Lusa o presidente do conselho.
Miguel Videira referiu que, como se trata de uma segunda convocatória, a reunião do Conselho de Viticultores poderá decorrer mesmo que só estejam presente um terço dos 125 conselheiros.
A 25 de Outubro, o órgão não se chegou a reunir por falta de quórum, já que não compareceram metade dos 125 conselheiros como estipula o regulamento.
Para além de serem analisadas as propostas de datas para a realização das eleições, a direcção da CD vai ainda apresentar no sábado aos conselheiros uma proposta apresentada pela Real Companhia Velha (RCV) com vista ao acerto de contas com esta empresa.
Segundo Miguel Videira o conselho poderá também ajudar a esclarecer a questão da representação da produção no Conselho Interprofissional do IVDP.
Os elementos da produção, representada pela CD, saíram do Conselho Interprofissional por faltas, tendo depois colocado o lugar à disposição.
O mandato da direcção da CD, liderada por Manuel António Santos, terminou em Março, mas segundo Miguel Videira, o conselho resolveu adiar a marcação das eleições porque decorriam negociações de muita importância para o organismo duriense.
O conselho encarregou a direcção de tentar levar até ao fim os dossiers da venda da participação da CD da venda da RCV e o acerto de contas e desacertos com esta empresa que já vêm de há 18 anos.
Por causa do adiamento do Conselho de Viticultores em Outubro, o candidato à Casa do Douro, o jornalista e viticultor Pedro Garcias, apelou a uma intervenção do Governo e do Ministério Público.
"Apelo ao Governo e ao Ministério Público, que, em nome do interesse público, tomem em mãos este processo, destituam os órgãos sociais da CD e nomeiem uma comissão administrativa idónea para tomar conta da instituição e marcar o mais rapidamente possível eleições", afirmou na altura à Agência Lusa.
Por sua vez, o presidente da CD, Manuel António Santos, garantiu que "ninguém está a recusar marcar eleições".
Acrescentou que a direcção da CD propôs a realização do acto eleitoral a 30 de Novembro, a 07 ou a 14 de Dezembro.
No entanto, sublinhou que todo o processo depende de uma comissão eleitoral, eleita pelo próprio conselho, que recebeu muitos apelos para que não se misturasse a época natalícia com o período eleitoral.
O presidente referiu ainda que, só após ser anunciada a data para a eleição da CD, é que se irá pronunciar sobre a possibilidade de se recandidatar ou não ao cargo que ocupo desde 1999. |