A A Fundação do Museu do Douro considera que está a fazer discriminação positiva na região ao abrir as portas do edifício sede aos durienses, ainda antes da inauguração oficial marcada para 14 de Dezembro.
A ideia é dar a conhecer todo o alcance deste projecto de desenvolvimento, aos principais parceiros que são os habitantes e instituições durienses, na medida que, considera a direcção do museu, estes vão ser os seus principais defensores, dinamizadores e beneficiários.
No entanto, o director do Museu do Douro (MD), Maia Pinto, pretende dar uma dimensão nacional a este verdadeiro Museu do Território. "Como o cais não é apenas da Régua mas do rio, igualmente o MD é de todo o Alto Douro Vinhateiro e do país", afirmou anteontem numa sessão com a imprensa. Este arquitecto tem expectativa de que "à força da razão e das evidências o projecto seduza todas as pessoas como sendo um pouco seu".
O sucesso do MD está dependente do envolvimento dos agentes de âmbito nacional, admite a direcção. Por isso estão marcadas visitas guiadas para os dias 4,6,8 e 12 de Novembro, destinadas, para além dos habitantes da região e Amigos do MD, a professores, casas de turismo, produtores de vinhos, empresários da restauração, personalidades ligadas à cultura, agentes de viagens e operadores turísticos. Para além disso poderão, com marcação prévia, ser realizadas visitas individuais.
A sede do Museu do Douro está implantada no antigo edifício setecentista, da Real Companhia Velha, sobranceiro ao rio Douro, que foi adquirido pelo ministério da Cultura em Junho de 2004, através da Direcção Geral do Património, por 1,7 milhões de euros. A obra de reabilitação, praticamente terminada e, sem qualquer derrapagem orçamental, custou 4,2 milhões de euros, ao quais acresce um milhão para equipamento, fiscalização e acompanhamento da obra.
Desde o dia da inauguração da sede do MD e até 31 de Outubro de 2009, irá estar patente ao público a exposição Barão J.J. Forrester - Razão e Sentimento. Uma História do Douro (1809-1861). Para enriquecer o acervo da exposição a direcção do MD está a pedir a instituições e particulares o empréstimo ou a doação de objectos, documentos ou informações, relacionados com o percurso, ímpar e multifacetado desta personalidade, na região duriense. O inglês Forrester foi comerciante, cartógrafo e, também, um polemista sobre as qualidades do Vinho do Porto que pôs em causa, por exemplo, a adição de aguardente a este néctar.
Na sequência da campanha lançada pelo museu do Douro para angariação de material para a exposição, várias entidades públicas e particulares aderiram à iniciativa. Entre eles estão arquivos ingleses e escoceses, proprietários de diversas colecções privadas, a Biblioteca Nacional, o Arquivo Nacional da Torre do Tombo e o Arquivo Municipal do Porto. Será comissário da exposição o ex-ministro Luís Valente de Oliveira e coordenadora científica a professora Isabel Cluny. |