O ministro da Agricultura, Jaime Silva, afirmou hoje, na Régua, que o Estado não vai dar mais apoios financeiros à Casa do Douro e considerou que as eleições do organismo duriense devem ser "um momento de reflexão".
O Conselho de Viticultores da Casa do Douro reúne no próximo sábado para agendar as eleições para a direcção da instituição representativa da lavoura duriense, as quais deverão realizar-se antes do final do ano.
Até ao momento, apenas o jornalista Pedro Garcias assumiu publicamente a sua candidatura, mas este deverá ter como adversário o actual presidente do organismo Manuel António Santos.
"As eleições são um momento de reflexão, de assumir responsabilidades, de os candidatos apresentarem projectos futuros que passam pela resolução dos problemas financeiros da Casa do Douro", afirmou Jaime Silva, à margem da cerimónia de tomada de posse da nova direcção do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).
Jaime Silva garantiu que o Governo "já ajudou muito" a Casa do Douro ao ter avalizado uma dívida de 80 milhões de euros, dos quais "ainda não recuperou nada".
Acrescentou que são os contribuintes portugueses que estão a pagar anualmente a verba que não é paga aos consórcios interbancários e que já vai em mais de 50 milhões de euros.
"Ora, nós não podemos delapidar o dinheiro que é de todos e que se estivesse a ser aplicado no Douro os resultados eram mais evidentes", frisou.
Jaime Silva fez ainda questão de frisar que com esses 50 milhões o Governo poderia trazer de Bruxelas 350 milhões de euros que poderiam estar a ser aplicados de outra forma.
"Há um momento em que os produtores, os sócios, aqueles que votam, elegem e vão às assembleias gerais, têm que pensar para onde estão a caminhar. O Estado já deu um aval em 1999, com resultados que não se vêem, por isso não se podem virar agora para o Governo para este dar ainda mais apoios financeiros", sublinhou.
Jaime Silva diz que agora é o Estado a exigir que os produtores e a direcção da Casa do Douro dêem a resposta e mostrem que são capazes de gerir bem os "apoios enormes" que tiveram. |