Primeiro em Portugal a funcionar de forma polinucleada
Museu do Douro terá onze núcleos na Região Demarcada do rio
Público | 21-10-2008

O Museu do Douro terá onze núcleos museológicos espalhados pela Região Demarcada do Douro, anunciou hoje o director da instituição, Maia Pinto. Com sede na Régua, o museu será o primeiro em Portugal a funcionar de forma polinucleada.

De acordo com Maia Pinto, os diferentes núcleos terão uma programação integrada com o Museu, com a finalidade de potenciar iniciativas dispersas e estimular a itinerância de exposições e outras acções culturais. Para o responsável, o museu tem que ser de “toda a região do Douro e não apenas da Régua”, acrescentando que os referidos núcleos poderão servir de “ponte” entre os diferentes concelhos.

“Este conceito de museu de território é um conceito que nunca estará fechado. Nós temos a obrigação de chamar ao Museu do Douro o maior número possível de valências”, salientou o director Maia Pinto.

A candidatura ao QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional) vai ser apresentada em conjunto pelo Museu do Douro, Câmara do Peso da Régua e Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).

O Solar do Vinho do Porto, que fica no antigo armazém 43, cedido pelo IVDP, acolhe a exposição permanente do Museu do Douro, intitulada “Memória da Terra do Vinho”, que conta a história do território duriense, da vinha e do vinho.

Serão criados os seguintes núcleos:

Núcleo do Pão e do Vinho (em Favaios)
Núcleo da Gastronomia (Lamego)
Núcleo do Caminho de Ferro (Barca de Alva)
Núcleo da Electricidade (Vila Real)
Núcleo da Amêndoa (em Vila Nova de Foz Côa)
Núcleo do Arrais e da Cereja (em Resende)
Núcleo do Vinho (em São João da Pesqueira)
Núcleo da Seda (em Freixo de Espada à Cinta)
Núcleo do Somagre (Vila Nova de Foz Côa)
Núcleo de Barqueiros (Mesão Frio)
Museu do Imaginário (em Tabuaço).

Sede do Museu abre antes da inauguração para desvendar alguns dos segredos
A inauguração oficial da sede desta unidade museológica – criada em 1997, na sequência de uma lei aprovada por unanimidade na Assembleia da República – está marcada para 14 de Dezembro, mas, antes disso, a sede vai abrir para desvendar alguns dos segredos e das funcionalidades do edifício situado no Peso da Régua.

Assim, o museu vai estar de portas abertas a 4, 6, 8 e 12 de Novembro, numa “iniciativa algo inédita”, cujo objectivo passa por “fazer discriminação positiva na região e abrir as portas do edifício sede do MD aos durienses”, afirmou Maia Pinto. Isto porque a Fundação Museu do Douro entende que os “principais parceiros deste projecto são os habitantes e instituições deste território na medida em que vão ser os seus primeiros defensores, dinamizadores e beneficiários. Mas, para isso, é imperioso que estes conheçam bem o projecto e todo o seu alcance”, sublinhou o responsável.

Nesse sentido, a iniciativa é dirigida aos habitantes do Douro, amigos do Museu do Douro, professores, casas de turismo, produtores de vinho, restauração, personalidades ligadas à cultura, agentes de viagens e operadores turísticos da região, taxistas ou associações comerciais.

A sede do Museu do Douro ocupa a Casa da Companhia, edifício do século XVIII adquirido à Real Companhia Velha por 1,7 milhões de euros. A obra está concluída, sem “qualquer derrapagem orçamental”. Ao todo, foi feito um investimento de 5,2 milhões de euros, co-financiado pelo Programa Operacional da Cultura.

Segundo Maia Pinto, a sede do Museu é o “melhor local para qualquer visitante perceber a história da Região Demarcada do Douro e sentir o imperativo de partir à sua descoberta”.

Até à inauguração da sede – marcada para o dia em que se assinala o sétimo aniversário do Douro Património Mundial da Humanidade –, a instituição vai continuar em itinerância com as exposições “Gastão Taborda” e “O Comboio Chegou a Barca d'Alva”.
 
 
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