A A Estrutura de Missão do Douro (EMD) vai premiar os projectos ou edifícios de maior qualidade arquitectónica do Alto Douro Vinhateiro, Património Mundial da Humanidade em 2001. A segunda edição do concurso Prémios de Arquitectura no Douro foi ontem apresentada, em Vila Real, pelo chefe de projecto da EMD, Ricardo Magalhães. "O nosso objectivo é estimular as boas práticas de arquitectura na paisagem classificada pela UNESCO. Queremos banalizar e estimular a qualidade", sublinhou o responsável.
Ricardo Magalhães sustentou que o que se constrói no Alto Douro Vinhateiro "tem que trazer valor e não diminuir o valor cénico" do património mundial. O responsável lamentou as "estacas [edifícios] plantadas" na cidade do Peso Régua que constituem a paisagem que observa todos os dias no seu gabinete de trabalho. Ricardo Magalhães salientou também os maus exemplos arquitectónicos de algumas adegas da região que se "confundem com pavilhões desportivos". "Muitas vezes vejo construção civil; arquitectura vejo pouca", frisou.
No entanto, o responsável avançou com alguns "bons exemplos" de arquitectura do vinho, nomeadamente a adega da Quinta de Nápoles, da Niepoort, ou o armazém de envelhecimento de vinho projectado por Siza Vieira para a Quinta do Portal. "Estes bons exemplos devem dar corpo a uma tendência de fundo", defendeu. Para "obstar à proliferação de estacas" na paisagem duriense, Ricardo Magalhães salientou o trabalho de colaboração que tem sido feito com as autarquias na elaboração dos planos directores municipais. |