Estádio de Murça não pode produzir vinho do Porto
Jornal de Negócios | 29-09-2008

O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) decidiu retirar a autorização de benefício ao Estádio Municipal de Murça, no distrito de Vila Real. Uma situação no mínimo caricata, visto que nenhum campo de relva sintética dá uvas.

O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) decidiu retirar a autorização de benefício ao Estádio Municipal de Murça, no distrito de Vila Real. Uma situação no mínimo caricata, visto que nenhum campo de relva sintética dá uvas.

O processo de contra-ordenação já está a decorrer e as respectivas conclusões irão determinar quais as sanções a aplicar, com participação ao Ministério Público (MP) caso se identifiquem infracções de natureza criminal.

Só nove anos depois do arranque das videiras, e no primeiro ano de gestão do ficheiro de parcelas com vinha (cadastro) pelo IVDP, é que os terrenos onde está instalado o Estádio Municipal de Murça deixaram de ter benefício para a produção de vinho do Porto.

O benefício é a quantidade de mosto por determinada parcela de vinha que um viticultor está a autorizado a transformar em Vinho do Porto, por adição de aguardente vínica. Essa quantidade é definida anualmente no Comunicado de Vindima emitido pelo IVDP.

Num comunicado, emitido hoje, o IVDP não deixa de apontar o dedo à Casa do Douro por “nunca ter efectuado nenhuma vistoria ou sequer ter averiguado se de facto existia algum pé de vinha naquelas parcelas, o que de facto não acontece desde 1998”.

O IVDP não deixou de agradecer aos jornais regionais “Arrais”, da Régua, e ao “Jornal do Douro”, de Lamego, “o facto de terem publicado este ilícito” .

Após análise dos elementos cadastrais disponíveis, o instituto garante ter procedido de imediato ao pedido de devolução da respectiva autorização de benefício, “sem prejuízo da aplicação das sanções previstas ou outras diligências que considere adequadas em relação à presente vindima ou vindimas anteriores”.

O IVDP diz que, a par do caso de Murça, detectou desde o início deste ano um total de 700 situações irregulares de atribuição de benefício.
 
 
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