Turistas não aderiram em grande número ao convite para visitar quintas e provar gratuitamente vinho do Porto.
Anda muita gente no Douro. Uns na vindima, outros de passeio. A maior parte porque assim o tinha planeado, outros, muito menos, porque ouviram falar na iniciativa "Abrem-se as Portas no Douro", que prossegue este domingo.
Organizado pela Associação da Rota do Vinho do Porto, pretende dinamizar o turismo na Região Demarcada do Douro. As quintas e outras estruturas turísticas franqueiam gratuitamente as suas portas aos forasteiros e oferecem provas de vinhos do Porto e, em alguns casos, outras iguarias. Mas, em plena época alta do Alto Douro Vinhateiro, por ser de vindimas, parece ser uma minoria a que vai às quintas pela iniciativa da Rota. Uma responsável de uma quinta nas redondezas da Régua apontava, ontem, que tinha a "casa cheia de holandeses e brasileiros", que já tinham marcação. "O evento da Rota é positivo, mas só cá vieram hoje duas pessoas que falaram nele. Talvez fosse melhor organizá-lo em época baixa", sugeriu.
António José Teixeira, da Rota do Vinho do Porto, admite que "no próximo ano o modelo poderá ser diferente, mas tem de acontecer em época de vindimas". Até, porque "é nesta altura que as pessoas visitam a região".
Tanto assim é, que o restaurante D.O.C, em Armamar, não teve mãos a medir à hora do almoço de ontem. Completamente esgotado. Só que como o cenário se repete desde que o Verão começou, o proprietário, Rui Paula, não se apercebeu de uma maior procura por causa do "Abrem-se as Portas". Porém, tem uma certeza: "Este fim-de-semana anda muita mais gente no Douro".
À medida que nos afastamos da zona da Régua o movimento decresce, pelo que não são de esperar grandes enchentes nas quintas mais afastadas, algumas escondidas atrás de dezenas de quilómetros de curvas e contracurvas. "Numa próxima edição teremos de criar um modelo de animação que ajude a descentralizar os turistas", assume, António José Teixeira.
Mas na Quinta do Xisto, em Tabuaço, impera o optimismo. "Em 100 pessoas que nos possam visitar este fim-de-semana, metade vêm de certeza pela iniciativa da Rota", diz Helena Fonseca, guia-sénior da quinta. Explica que "algumas pessoas aproveitam que a visita não tem custos para poder ver as quintas".
Não foi o caso de Manuel Moreira, que vive em Paredes, e até já tinha decidido que um dia destes iria visitar esta região vinhateira com a mulher e os dois filhos. "Estava planeado mais depois vi no jornal uma notícia sobre as portas abertas das quintas e, claro, ajudou a que viéssemos agora", disse. A esposa, Conceição, conhecia a região de passagem, mas, pela primeira vez, visitou uma quinta. "Foi uma forma de também mostrar aos filhos", realçou.
O ano passado, a Associação da Rota do Vinho do Porto registou 4000 visitantes que foram ver as quintas. "Abaixo dos números ideais para uma região que pretende ser um destino de excelência", admite Teixeira. Este ano espera fazer as contas a partir de amanhã, altura em que cada um dos aderentes deve começar a comunicar o número de visitas. |