As previsões apontam para uma vindima cujo volume será, na presente campanha, 12 por cento inferior à do ano passado. Mas os principais enólogos portugueses dizem que, a manterem-se as actuais condições climatéricas, o vinho produzido será de boa ou, mesmo, de excelente qualidade.
A estimativa ontem avançada pela ViniPortugal aponta para uma produção de cerca de seis milhões de hectolitros. É menos 12 por cento do que no ano passado e representa uma quebra de 25 por cento face à média dos últimos cinco anos.
Mas parece não haver razão para alarme. A produção será suficiente para dar resposta aos níveis de consumo, evitará excedentes que implicam custos de armazenamento ou de destruição e, tudo indica, será de boa qualidade.
"Se o tempo se mantiver, prevemos um bom ano em termos qualitativos", afirma Francisco Gonçalves, da Sogevinus, citado num comunicado ontem divulgado pela ViniPortugal. "Poderemos ter um grande ano de vinho", sustenta Carlos Lucas, da Dão Sul. "Há um bom equilíbrio açúcar/acidez, indicador de uma boa perspectiva quanto à qualidade prevista para esta campanha", diz o bairradino Luís Pato. Os volumes a produzir terão evoluções diferentes consoante as regiões. No Minho, não haverá praticamente mexida no vinho produzido (700 mil hectolitros), mas no Douro a quebra será de 13 por cento, semelhante à do Ribatejo. O Alentejo e as Terras do Sado têm quebras de 30 por cento.
As excepções a esta tendência de redução de volumes são as regiões de Trás-os-Montes, com um crescimento de 53 por cento, e as Beiras, com o Dão a dar um forte pulo (mais 60 por cento). |