Os produtores de vinho do concelho do Cartaxo têm que unir-se aos viticultores da região do Ribatejo para juntos trabalharem na promoção de uma marca única. A ideia foi defendida pelo presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, Paulo Caldas (PS), durante o seminário “Papel dos vinhos do Cartaxo na marca Ribatejo”, que decorreu no auditório municipal do Cartaxo na tarde de sábado, no âmbito da 18ª edição da Festa do Vinho.
“O mercado está cada vez mais competitivo. Os viticultores só por si não vão lá. É preciso concertação. Os vinhos do Cartaxo são vinhos do Ribatejo e vinhos de Portugal. Só assim é possível chegar mais longe”, sublinhou Paulo Caldas.
O autarca defende que é preciso trabalhar em conjunto e investir mais na promoção dos néctares da região para atingir mercados estrangeiros.
Uma opinião partilhada pelo responsável da Adega Cooperativa do Cartaxo. Fausto Silva lembra que a região possui muitas potencialidades ligadas ao vinho e à gastronomia e um património histórico rico que deve ser bem aproveitado. “O vinho é beneficiado se houver integração na promoção de todas estas potencialidades. O vinho precisa do Ribatejo e o Ribatejo precisa do vinho”, garante Fausto Silva.
Se por um lado os vinhos da região têm registado um aumento de qualidade, por outro lado denotam falta de concertação. “Temos dificuldade em organizar-nos e em definir uma estratégia conjunta”, declara o responsável pela adega que reúne a produção de vários viticultores da zona. Para Fausto Silva é importante promover o vinho como um todo da região, pondo de parte algum individualismo.
A DFJ Vinhos, com sede na Quinta da Fonte Bela, é um exemplo paradigmático da empresa que auscultou as ameaças e oportunidades de negócio e soube definir uma estratégia. “O que temos a fazer? Deixar de olhar para o próprio umbigo. Trabalhar em grupo, criando sinergias e ganhando massa crítica”, resume o responsável pelo marketing da empresa, Marco Francisco.
A marca participa em feiras, procura novas tendências de consumo e tenta no dia a dia conquistar novos clientes apresentando produtos inovadores. “É preciso apostar na diferenciação, produzir para o mercado, dotar as marcas de personalidade e originalidade”, sublinha Marco Francisco.
Foi essa filosofia que a marca colocou em prática quando decidiu apresentar um vinho rosé topo de gama “Grand’arte”. Destina-se aos consumidores entre os 25 e os 40 anos de uma classe média/alta. “Criámos um produto próprio para uma esplanada e adaptámo-lo ao consumidor. Regulamos a acidez e transformámos o vinho em quase um refresco”, ilustra o responsável, que sublinha que deve ser o mercado a ditar o tipo de produto e não a marca.
“O vinho já não é um produto para beber. É uma forma de referenciar-se em termos sociais e desfrutar em companhia”, salienta o especialista. |