Eleições deverão realizar-se no final das vindimas
Jornalista Pedro Garcias é candidato à Casa do Douro
Semanário Transmontano | 22-08-2008

Pedro Garcias, jornalista do jornal o "Público" e viticultor da região duriense, vai apresentar a sua candidatura à presidência da Casa do Douro, para as eleições que deverão ocorrer após as vindimas. O jornalista justifica a sua candidatura pelo facto de considerar que a actual direcção deste organismo não tem gerido bem os interesses dos viticultores durienses.

Surpreendente e inesperado. O jornalista e viticultor Pedro Gar-cias, natural de Alijó, e residente em Vila Real, é o primeiro candidato assumido à Casa do Douro, cujas eleições se deverão realizar após a época de vindimas. As razões apresentadas pelo aspirante para justificar a candidatura são variadas. Por um lado, Pedro Garcias entende que a actual direcção está a “hostilizar o Governo, o Instituto do Vinho do Douro e do Porto e os parceiros comerciais” e que essa posição “apenas prejudica os agricultores”. Além disso, o jornalista do "Público" fala na “má gestão”, revelada pelas “dívidas astronómicas acumuladas” da instituição. Mas há mais. O candidato não concorda com a forma como os vinhos da Casa do Douro têm vindo a ser comercializados, uma vez que, defende, ao permitir a entrada de mais produto no mercado está-se a “prejudicar directamente” os viticultores do Douro, indo contra o objectivo pela qual esta instituição existe. “Os vinhos devem ser colocados de forma concertada no mercado, de modo a não prejudicar os viticultores”, afirma.

No entanto, Pedro Garcias concorda que apenas a venda dos vinhos poderá ajudar a Casa do Douro a salvar-se, sendo o único meio existente para saldar as dívidas. Mas acrescenta que “não conhece ninguém que tenha dívidas e que tenha uma atitude superior e arrogante para com os credores”.

O candidato acredita que a direcção de Manuel António Santos criou uma “gerrilha institucional” com os outros operadores da região e, mesmo admitindo que existiram algumas atitudes ou “teimosias” por parte do Governo e Instituto do Vinho do Douro e Porto que prejudicaram a Casa do Douro, continua a defender que a maior parte dos problemas da instituição foram criados pela própria direcção, que, em oito anos, se mostrou “incapaz” de melhorar a vida dos viticultores do Douro.

Pedro Garcias gostava que a direcção actual não se recandidatasse, uma vez que, até agora, diz, “não conseguiu concretizar nada de bom para a instituição”. “Ninguém pode estar na Casa do Douro em busca de cargos pessoais e protagonismo pessoal. O interesse geral, de todos, é que deve comandar a Casa do Douro”, sublinhou, acrescentando que “é necessário acabar com as falsas ideias que ainda grassam na cabeça dos agricultores, como a de que ainda é a Casa do Douro que atribui o benefício.

O jornalista não quis, para já, adiantar os nomes que o acompanham na lista, dizendo apenas que vai fazer uma “renovação total” e que pretende integrar várias mulheres na lista, incluindo na direcção.

Quanto ao jornalismo, Pedro Garcias, de 44 anos, pretende suspender a actividade caso seja eleito como novo presidente da direcção da Casa do Douro.
 
 
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