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Rita Marques |
Vinhos complexos e elegantes |
David Lopes Ramos | Pública | Público | 25-01-2009 |
A paixão pelo vinho só apareceu porque se aborrecia no curso de Engenharia Mecânica. Começou em 2005, andou pelo mundo a provar e a aprender, e é nas vinhas da família no Douro que cria os seus vinhos, alguns deles premiados.
Rita Marques, jovem enóloga, morena, alta, magra e tímida, tem ideias claras sobre os vinhos que faz e quer fazer no Douro e noutros lugares. "Quando falo no vinho estar bem em todas as fases da sua evolução, é no sentido do seu equilíbrio. Há muitas vezes a ideia, que considero errada, de que um vinho, para evoluir bem, tem de ser imbebível em novo. Com isso eu não concordo nada. Um vinho pode ser equilibrado quando é novo e, depois, ganhar complexidade e melhorar com a idade. Se é logo muito bom e equilibrado, é sempre melhor do que se for desequilibrado e com taninos a mais ou secos", diz. Aos seus melhores vinhos, que associam concentração e elegância e respeitam o terroir, brancos, tintos e Porto vintage, Rita Marques chamou-lhes Conceito.
Fez o primeiro tinto e o primeiro Porto vintage em 2005 e o primeiro branco em 2006. As primeiras críticas foram positivas. Mas, em relação ao Conceito branco 2007, a receptividade ainda foi melhor. Numa prova cega (os provadores não sabem os vinhos que estão a provar) de "brancos de Outono" de todo o país da Revista de Vinhos, a nossa mais influente publicação especializada, o vinho de Rita Marques classificou-se em primeiro lugar, com 17,5 pontos em 20 possíveis - foram provados 63 vinhos.
A nota de prova reza assim: "Aroma fino e mineral de grande qualidade, muito delicado e composto, com a fruta escondida. Acidez perfeita na boca, o vinho tem uma delicadeza e uma pureza aromáticas muito cativantes. Final muito longo e cheio. Mostra finesse e muita personalidade." O mesmo Conceito branco 2007 foi classificado com 90 pontos, em 100, por Mark Squires, o provador de vinhos portugueses de Robert Parker, poderoso crítico de vinhos norte-americano. Foram provados 273 vinhos brancos e tintos e, em primeiro lugar, classificou-se o tinto Abandonado de 2005, de Domingos Alves de Sousa, com 94 pontos.
Comenta Rita Marques: "Honestamente, não ligo muito. Uma pessoa fica sempre contente pelo trabalho reconhecido. Mas ligo mais às críticas de pessoas da área que respeito, do que propriamente a isso. Tenho críticas positivas, mas também tenho críticas negativas. Geralmente ligo mais até às críticas negativas do que às positivas..."
A chegada ao mundo do vinho da autora do Bastardo 2007, também já o fez em 2008, um tinto de cor desmaiada e acidez elevada, muito original e curioso, que foi rejeitado pela Câmara de Provadores, não nasceu de um apelo avassalador: "Estava em Engenharia Mecânica, em Coimbra, concluí que não gostava do curso, a minha mãe tem quintas no Douro e a enologia surgiu-me como uma alternativa. Fiz o curso na Universidade de Trás-os-Montes-e-Alto Douro, em Vila Real." Um dos seus "estágios preferidos" foi na Niepoort, no Douro, com Dirk e Jorge Serôdio Borges, que exerceram sobre ela "uma influência" que a fez "ganhar paixão pelo vinho, em termos de encarar o curso de outra forma e de abertura no sentido de ir para o estrangeiro e trabalhar lá fora".
Assim fez: um estágio curricular na Califórnia, EUA, seguido do Erasmus, em Bordéus, onde foi aluna de Denis Dubourdieu, enólogo famoso, que reconhece ser a sua maior influência "em termos científicos". Esteve também na Nova Zelândia e na África do Sul. A estes dois países gostaria de regressar em 2010, para, em cada um deles, fazer um vinho seu: um branco de Sauvignon Blanc, na Nova Zelândia; um tinto, com "um lote bordalês", na África do Sul. Defende que, nestas estadas, "aprende-se sempre, mesmo que não seja em termos de tecnologia de fabrico. Houve processos de fabrico em diversas adegas em que trabalhei com os quais não concordo. Mas é sempre uma oportunidade para visitar países e, neles, uma região em particular. Tem-se muito mais tempo. Está-se focado durante três/quatro meses só naquilo, quase de uma forma obsessiva. Em todos os estágios nunca visitei menos de 40/50 adegas. O que significa quase todas as adegas de uma região. Provei os seus vinhos, claro. E há sempre uma grande abertura".
Mas, sublinha Rita Marques, longe de si a ideia de se tornar "um flying wine maker", um desses enólogos que andam pelo mundo a fazer vinhos em diferentes países. Ela, que já vinifica toda a produção dos 75 hectares de vinhas que a família tem no Douro superior, sonha, um dia, vender todo esse vinho com marcas próprias, uma vez que, por agora, há uma parte que é vendida a granel. A autora do Conceito defende que, "no Douro, há uma parte muito positiva, que é a de termos castas autóctones". Mas, "em termos de enologia", confessa que, "às vezes", se sente "um pouco perdida". Porque, argumenta, "é mais fácil para um enólogo trabalhar castas internacionais, das quais se conhecem todos os parâmetros, e há universo muito maior de pessoas a estudar aquilo, muito mais publicações, do que propriamente nas castas portuguesas, em que ainda há um desconhecimento muito grande". Reconhece que "as vinhas velhas têm muita qualidade. Mas um enólogo que não esteja habituado ao Douro, a primeira vez que chega a uma vinha velha e vê as castas todas misturadas não faz muito bem ideia do que aquilo vai dar. As uvas têm níveis de maturação diferentes, as castas têm perfis diferentes. Realmente, tem funcionado bem, não só para mim como também para a maioria dos enólogos".
Rita Marques vive no Douro por considerar que "é importante acompanhar os vinhos" desde a vinha até à saída para o mercado. Utiliza tanto as tecnologias de ponta, controle de temperaturas computadorizado, inox, microvinificações, como os lagares tradicionais, que não dispensa na elaboração dos vinhos do Porto. Defende que, em Portugal, "há vários bons enólogos e há uma grande vantagem: há muita partilha, embora isso leve, por vezes, a alguma falta de diversidade de opiniões. Por exemplo, entre nós não há adeptos da biodinâmica, independentemente dos méritos ou deméritos desses princípios. Haver visões e pontos de vista diferentes é sempre uma mais-valia para a evolução." |
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2012-03-24 17:13:00 |
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Utilizador: qAeaGNgFiABvnlIQkT |
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2012-03-23 07:28:00 |
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Utilizador: gjrGndiRytphKauzXyn |
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Meus preferidos em Portugal!Vinhos de mesa: Quinta do Crasto Touriga Nacional, Quinta do Crasto Maria Teresa, iutnqa do Crasto Vinha da Ponte, Quinta do Vesfavio, Quinta do Vale Mee3o, Quinta do Vallado Reserva Special Blend, Quinta do Vallado Touriga Nacional, Xisto, Quinta do Noval, qualquer vinho do Dick Nieport, o Curriculum do Van Zeller... Se3o tantos que e9 impossedvel fazer uma lista.Quanto aos portos, iria sempre nos vintages (Grahams, Nieport, Calem, Ramos Pinto, Ferreirinha etc...).Minha dica: comprem a Revista de Vinhos, revista especializada portuguesa, custa aqui no Brasil 12 reais (quase o mesmo pree7o de Portugal). Anualmente, he1 uma edie7e3o com os melhores do ano, que e9 um excelente guia, desde 2006 compro. Saed em fev. mare7o le1 e chega aqui... em julho. Comprei semana passada na Saraiva.Carlos Reis |
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2012-03-23 07:28:00 |
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Utilizador: bgolFyESokQqvLW |
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No Rio, eu gosto bastante do La Botella, que fica em Ipanema. Apesar de que le1 mamprocos mais quando decidimos beber um vinho fora de casa. Se3o oito mesinhas muito disputadas. O local e9 charmoso e muito agrade1vel. Para comprar efetivamente, vou mais e0quela que fica na Dona Mariana. Sempre identificamos assim e nem sei o nome dela... Fica no inedcio da Dona Mariana, em Botafogo. Os pree7os dos vinhos ali se3o imbatedveis. Recentemente conhecemos a Salitre. Ainda ne3o fomos le1 para comprar ou beber um vinho, mas faremos isso em breve. c9 levemente mais cara, mas o ambiente parece compensar. Aqui no Rio, vou ainda na Expand do Centro, que tem um vendedor gordinho que este1 sempre envolvido nas minhas compras. A Lidador e9 muito cara e a Grand Cru meio fora de me3o. Em Florianf3polis, a mais agrade1vel e perto de casa era a Essen, mantida pela importadora Decanter. Atendimento simpe1tico, vinhos diferentes e pree7os bons. Vale lembrar que Florianf3polis tem boas lojas, como filiais da Expand e Wine House. Ah, ne3o para deixar de citar o Emporium Bocaifava, lugar superagrade1vel para comprar e beber um vinho le1 mesmo.Em Caxias do Sul, encontramos bons vinhos gafachos na Tumelero, que fica perto da Rodovie1ria. |
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