As actividades paralelas que integraram o programa das feiras registaram, por outro lado, uma grande adesão do público, designadamente os seminários "Como vender para...", "Vinhos na distribuição moderna", promovido pela revista DISTRIBUIÇÃO hoje, e as Provas Sensoriais.
Cluster do vinho sem estratégia
A falta de investimento em estudos de mercado é apontada, em Portugal, como um dos maiores pontos fracos do cluster do vinho, de acordo com a análise feita em 2003 para a ViniPortugal pelo Monitor Group e orientado pelo seu sócio-fundador Michael Porter.
«Esta falta de investimento explica a falta de estratégia explícita partilhada pelo cluster do vinho no seu conjunto, deixando prevalecer uma cultura de tomada de decisões intuitivas», refere o estudo, salientando a «atitude de inércia» do sector em relação à modernização e à inovação na forma de fazer negócio.
Neste âmbito, segundo as conclusões do Monitor Group, a grande maioria do vinho é vendido no mercado local, com uma parte relativamente reduzida a ser exportado (14% do volume na campanha de 2001/2). Do vinho exportado, uma parte significativa destina-se a consumidores aos quais é relativamente fácil vender, por oposição àqueles que permitirão ao cluster obter o rendimento mais elevado, nomeadamente as vastas comunidades de emigrantes, como são exemplo os EUA, o Canadá e as ex-colónias do Brasil e Angola.
Por outro lado, o estudo de Michael Porter alerta para o facto de Portugal não poder competir, em termos de preços, com os seus concorrentes internacionais nos segmentos de volume elevado, devendo voltar-se, por isso, para os vinhos de qualidade superior, nos quais pode ser mais competitivo. Com uma produção média de 39 hectolitros, os produtores portugueses concorrem com países como os EUA e a Austrália, que produzem uma média de, respectivamente, 4.200 e 2.500 hectolitros por produtor.
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