Reforma do vinho mata cultura de produção
A deputada Ilda Figueiredo, do Grupo Federal da Esquerda Unitária Europeia e também vice-presidente da Comissão do Emprego e Assuntos Sociais, considera que todas estas propostas da Comissão Europeia vão “matar a diversidade e a cultura da produção do vinho”. No seu ponto de vista, são os pequenos produtores que vão ser mais afectados, acima de tudo devido ao fim do apoio às destilações. A deputada chama ainda a atenção para o facto de os terrenos onde a vinha vai ser arrancada ficarem “sem alternativa de produção” e que estas medidas trazem como consequência “o aumento do preço e a concentração das produções”.
Ilda Figueiredo refere que apenas há excedentes de vinho no mercado europeu por causa da importação. A deputada concorda com medidas mais restritivas que impeçam a entrada desregulada de vinhos estrangeiros na União Europeia. Lembrou ainda que “houve países que apostaram em vinhas apenas para receberem os fundos de apoio à destilação”.
Destilação de álcool de boca deve continuar
É necessário acabar com os excedentes de vinho que existem no mercado europeu, esta é a opinião de Duarte Freitas, do Grupo do Partido Popular Europeu e dos Democratas Europeus, bem como membro da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural. No seu ponto de vista, a proposta é “negociável”, embora considere que deva ser mantido o apoio à destilação do álcool de boca, necessária para determinados vinhos portugueses, como o Porto e o Madeira. Para este deputado o início de todo este trabalho árduo de reestruturação deve começar pelas vinhas ilegais. Não esconde ainda que são a Espanha e a Itália quem mais trabalho tem a realizar nesta área.
Duarte Freitas considerou que a comissão “deu um passo em frente” ao recuar de quatrocentos mil hectares de arranque para apenas duzentos mil, mas está convicto de que agora é preciso força por parte da presidência portuguesa, que dura até Dezembro, para que o processo seja fechado. Contudo, não acredita que tal aconteça. “Corremos o risco da OCM do vinho não se resolver na presidência portuguesa”, declarou.
O relator desta pasta, ou seja, o deputado que tem a função de ouvir todos os países e conhecer algumas situações no local e depois fazer o relatório a apresentar ao PE, é o italiano Giuseppe Castiglione, do Grupo do Partido Popular Europeu. Segundo Duarte Freitas, o relator está com o ministério da Agricultura português a estudar o caso, “mas não se sabe se o governo está interessado em fechá-lo na sua presidência”. |
2011-11-07 15:11:00 |
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2011-11-05 12:09:00 |
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2011-11-04 10:00:00 |
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