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Daqui a 10 anos teremos o melhor Vinho Madeira
Jornal da Madeira | 01-09-2007
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O presidente do IVBTAM, Paulo Rodrigues, considera que o sector do vinho está a atravessar um momento positivo.

Jornal da Madeira — As vindimas começam agora. As suas expectativas para este ano são de menor produção. Mesmo assim, não será muito má. Pode explicar qual é a situação?

Paulo Rodrigues — Nem se pode sequer dizer que será má. Nos últimos 10 anos, a vindima média tem andado entre os 3,8 e os 4 milhões de quilos. O que aconteceu o ano passado foi uma vindima muito superior à média. Foi bastante bom para o viticultor, em termos de rendimento e para as empresas também. A vindima andou nos 4.700.000 a 4.750.000 quilos. Se a vindima voltar para a sua média, isso significa que vem para valores perfeitamente normais para a plantação de vinha na Região. Em 2004, tivemos uma vindima de 3,7 milhões de quilos; em 2005, andámos perto dos quatro milhões; há dois anos fomos para os 4.750.000. São oscilações típicas de uma cultura feita com plantas vivas.

JM — A que se deveu o aumento do ano passado? Houve maior área, mais produtores?

PR — Não. Faz parte dos ciclos normais das plantas. Um ano produzem muito mais e no ano seguinte retrocedem. É impossível mantermos uma planta a trabalhar acima da média, eternamente, sem consequências.

JM — O sector tem-se rejuvenescido, ou depende de velhos viticultores?

PR — Há muita gente jovem a trabalhar neste sector, embora a idade média deva andar acima dos 40.

JM — Quantos viticultores tem a Região?

PR — Tem aumentado. Ao longo dos últimos três anos, passámos dos 1.600 para 1.680.

JM — Há produtores a queixar-se de que os subsídios não abrangem insecticidas. O que é que se passa?

PR — Isso está errado. É verdade que não há um subsídio para pesticidas, outro para podões, outro para fertilizantes, etc. Agora, o Poseima dá dinheiro, e bastante. No caso das castas produtivas chega a dar 50 cêntimos por quilo de uva produzida, comercializada para vinho de qualidade. As pessoas têm de perceber que esses 50 cêntimos são para os factores de produção. Se o produtor decide comprar pesticidas, compra; se preferir comprar fertilizantes, compra. O produtor é que tem de fazer a gestão desse valor.

A Região conseguiu negociar com a União Europeia o melhor pacote que a vinha e o vinho alguma vez tiveram. Através do Poseima há apoios à produção de uva, à produção de vinho, ao envelhecimento do vinho e à exportação. É um sector com um pacote fenomenal de incentivos, segundo dizem outras Comissões Vitivinícolas do País. Mesmo comparando com os apoios do Poseica que as Canárias recebem, o nosso é muito, muito bom.

 
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