Vinho: Exportações da região de Lisboa devem manter-se em 2009 sem ser afectadas pela crise
As exportações de vinho da região de Lisboa, essencialmente produtos certificados, deverão manter-se em 2009, passando ao lado da crise internacional, disse à Lusa o presidente da respectiva Comissão Vitivinícola.
João Ghira avançou à agência Lusa que a vindima de 2008 "correu bem em termos qualitativos, mas não se sabe se a redução de produção prevista será compensada pelo aumento do valor do vinho".
Este ano, "os preços deverão manter-se face a 2008 na globalidade, devido ao período de crise económica internacional, que afecta o consumo deste produto", disse.
No entanto, as exportações da região de Lisboa não deverão ser atingidas pela crise e João Ghira não espera que os volumes vendidos sofram qualquer quebra, seguindo o comportamento positivo dos vinhos certificados.
O responsável salientou que a área de Lisboa poderia ter metade do vinho que produz certificado, mas actualmente fica nos 17 por cento por falta de interesse dos produtores neste processo.
João Ghira explicou que somente 17 por cento dos vários tipo de vinho produzido nos cerca de 1.200 hectares de vinhas, ou seja, 17 milhões de litros, tem certificação de Denominação Origem Controlada (DOC) ou Indicação Geográfica, atribuições geridas pela Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVR Lisboa).
No entanto, o volume de vinho certificado tem vindo a aumentar na região, passando de cinco milhões de litros em 1996 para os 17 milhões de litros estimados para 2008, equivalentes a um volume de negócios que ronda 100 milhões de euros, acrescentou João Ghira.
"Até 50 por cento dos vinhos produzidos [na região de Lisboa] reúne condições para obter certificação, mas os produtores não são obrigados a certificar os seus produtos", referiu o responsável.
Também a quantidade de vinho da Estremadura, ou região de Lisboa, destinada a exportação tem vindo a aumentar e cerca de metade dos produtos certificados é vendida em outros países, contra 45 por cento em 2007.
O presidente da CVR Lisboa salienta que, entre os principais mercados de destino para as marcas de vinho produzidas na Estremadura, estão os países escandinavos, Reino Unido, Alemanha, EUA, Canadá, Angola ou Brasil.
A Comissão Vitivinícola tem um orçamento de 150 a 200 mil euros para participar em acções de promoção, como feiras internacionais.
Entre Janeiro e Outubro do ano passado, as vendas de vinho certificado desta região cresceram 20,3 por cento face a igual período de 2007, o que é considerado pelo presidente da CVR Lisboa "bastante positivo, atendendo à situação de crise vivida".
A Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa é uma associação regional interprofissional que tem a competência de controlar a origem, garantir a genuinidade e promover os produtos vitivinícolas com Denominação de Origem Controlada Indicação Geográfica.
A região apresenta vários tipos de vinho como o regional, licoroso, leve ou de mesa, aguardentes vínica e bagaceira, espumante, além da uva de mesa e abrange as áreas de Alenquer, Arruda, Encostas d' Aire, Óbidos e Torres Vedras.