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Distribuidora de vinhos Lusovini reestrutura antiga adega de Nelas

Lusa | 28-08-2014 | Geral, Regiões, Economia
As instalações da antiga adega de Nelas vão ser reestruturadas pela distribuidora de vinhos Lusovini, no âmbito de um investimento de 2,5 milhões de euros que visa potenciar os vinhos do Dão.
"Vamos ficar com uma capacidade de vinificação superior a seis milhões de litros", disse à agência Lusa o presidente da Lusovini, Casimiro Gomes, mostrando-se convencido de que a empresa terá "uma das maiores e mais modernas instalações vinícolas do Dão".

No dia 05 de Setembro, a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, desloca-se a Nelas para a abertura da 23.ª Feira do Vinho do Dão e presidirá a assinatura do contrato entre a Lusovini e o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas relativo aos fundos europeus do Programa de Desenvolvimento Rural (ProDeR) que irão financiar este investimento.

A adega de Nelas tem mais de 60 anos e esteve a funcionar até à campanha em 2010.

Segundo Casimiro Gomes, serão feitas "melhorias tecnológicas para adaptar as instalações às novas tendências de enologia".

"A estratégia do projecto é valorizar o património como um todo: as instalações, a vinha, o vinho e a cultura local. O vinho é um elemento fantástico para transmitir tudo isto", considerou.

Casimiro Gomes referiu que, nos últimos anos, a Lusovini se focou muito na distribuição, "de maneira a garantir que o projecto de produção tivesse viabilidade".

"Ou seja, este projecto começou ao contrário do que é normal. Percebemos que primeiro tínhamos de criar as bases e criámos empresas em Angola, Moçambique e Brasil. E, para além destes países, já exportamos para 23 países", sublinhou.

Agora, a Lusovini quer "apostar em força na produção". "A região do Dão tem potencial e são os operadores que muitas vezes não potenciam aquilo que ela tem de melhor. Achamos que devemos fortalecer toda a nossa actividade na região do Dão", acrescentou.

Segundo Casimiro Gomes, "com o reforço desta unidade, a Lusovini poderá assegurar o desenvolvimento da sua estratégia de internacionalização e aumentar de forma significativa a actividade exportadora".

Durante a feira, a Lusovini vai também apresentar o vinho branco "Varanda da Serra 2013", que se destina a grandes ocasiões.

Este vinho é produzido a partir de vinhas com mais de 85 anos, engarrafado em garrafas de litro e meio e tem "um enorme potencial de envelhecimento", ou seja, "capacidade para evoluir e crescer ao longo não só de anos, mas de décadas".

"O nosso objectivo foi recriar, com a viticultura e a enologia de hoje, os grandes vinhos de guarda do Dão", justificou Casimiro Gomes.

O responsável explicou que "era norma nas casas senhoriais do Dão seleccionar lotes de vinhos para engarrafar em garrafas de litro e meio e guardá-las para momentos especiais, como o casamento de uma filha ou o baptizado de um neto".

"É essa tradição que queremos ajudar a recuperar", acrescentou.

A Lusovini representa mais de 70 marcas de vinho em todo o mundo, sendo quase cinquenta feitas em parceria com reputados enólogos e produtores nacionais.

Em 2013, aumentou o volume de negócios em 20% e duplicou os resultados operacionais consolidados face a 2012. Os mercados externos continuaram a ser responsáveis pela maior parte da facturação (70%), destacando-se Angola, Brasil e o Norte da Europa. Em Portugal, as vendas cresceram 20%, ou seja, na mesma proporção que no estrangeiro.

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