Em comunicado, o IVDP referiu que o valor definido para o benefício deste ano [quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de Vinho do Porto] garante o total «escoamento» do vinho produzido e a sustentação dos preços a pagar à produção.
A quantidade de vinho a beneficiar na próxima colheita, que se inicia em Setembro, foi decidida pelo IVDP depois de terem sido ouvidos os representantes do comércio, das adegas cooperativas e dos produtores-engarrafadores.
Isto porque, explicou, embora a competência para a aprovação do comunicado de vindima seja do conselho interprofissional do IVDP - organismo composto por 12 conselheiros, seis representantes do comercio e igual número da produção - este ano «tal não foi possível porque a Casa do Douro inviabilizou a constituição daquele conselho, ao recusar-se, ao longo de quatro meses, a indicar os representantes da produção».
«Todavia, tal não impediu o IVDP de ouvir as profissões, através das organizações que quiseram transmitir as suas preocupações e expectativas para a presente vindima», acrescentou o instituto.
De acordo com o IVDP, para o efeito, foram convidadas para uma primeira reunião as entidades que directa ou indirectamente teriam assento no conselho interprofissional, e que não tiveram qualquer responsabilidade na recusa da Casa do Douro em indicar os representantes da produção.
Seguiu-se uma segunda reunião, para a qual foram convidados todos os membros do conselho, incluindo aqueles que entretanto, mas tardiamente, foram indicados pela Casa do Douro.
«Embora todos tivessem sido convidados, só alguns quiseram comparecer e discutir o comunicado de vindima», revelou o IVDP.
Segundo o instituto, a preocupação «dominante» foi a de encontrar um número que, não só garantisse um coeficiente por hectare igual ou superior ao de 2006, mas que permitisse, simultaneamente, contrariar a descida de preços que se verificou entre as campanhas de 2002 a 2004, prosseguindo a política que vinha sendo adoptada pelo conselho interprofissional desde a vindima de 2004.
O IVDP recordou que na memória de todos estão ainda «os momentos dramáticos» vividos em 2002 e 2003, em consequência dos excedentes produzidos nas vindimas de 1999 a 2002, o que exigiu a adopção de «atitudes prudentes» na fixação do quantitativo de mosto generoso nas vindimas de 2005 e 2006, visando «estancar e mesmo corrigir aqueles excedentes».
Esta prudência, continuou, foi também justificada pela quebra da comercialização de vinho do Porto e dos respectivos preços de introdução no mercado, no período de Janeiro a Junho de 2007, face ao período homólogo anterior.
Nestes termos, explicou o IVDP, foi consensual não se repor exactamente o volume de mosto equivalente às vendas de vinho do Porto efectuadas em 2006 (164.015 pipas de vinho), mas «ficar-se cautelosamente aquém daquele valor na fixação do mosto generoso, de forma a garantir-se o total escoamento desse volume produzido e a desejável sustentação dos preços pagos à produção».
O aumento de 1.500 pipas do volume total a produzir, comparativamente a 2006, traduz-se num ligeiro aumento dos coeficientes por hectare de cada letra, ainda que ligeiro, fruto do aumento de 147 hectares na área apta para a produção de vinho generoso comunicado pela Casa do Douro desde a fixação de benefício de 2006.
Estes valores correspondem a um aumento de 462 hectares nas letras A, B e C, e a uma diminuição de 315 hectares nas letras D, E e F, explicou o IVDP.