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América é um mercado prioritário para os vinhos do Douro

Lusa/SOL | 10-09-2013 | Geral, Regiões, Economia
Os Estados Unidos da América (EUA) são, neste momento, um dos mercados prioritários para os vinhos do Douro e Porto, pela sua dimensão e potencial de crescimento de consumo, disse hoje um empresário do sector.
Paulo Osório trabalha para a empresa Porto Reccua Vinhos, situada no Peso da Régua mas, na acção de promoção que o Douro está a fazer na América, traz na bagagem dez marcas de vinhos também de alguns dos fundadores do Museu do Douro (MD).

Esta missão, que passou por Nova Iorque, Newark e termina hoje em Washington, junta o projecto "Douro e Estrela - In Tourism", a Estrutura de Missão do Douro (EMD) e o MD.

Como a Europa parece que não sai da crise, os empresários portugueses são obrigados a apostar em outros mercados.

Paulo Osório afirmou à agência Lusa que as grandes apostas do momento são os EUA, a Ásia e a África. No Brasil, os vinhos nacionais estão a ser "muito penalizados em termos fiscais", por isso, na sua opinião, aquele mercado "não é tão prioritário".

"A América está aparentemente em recuperação depois da crise de 2008 e é um mercado muito grande e com muito potencial por desenvolver", salientou.

O responsável referiu que a Porto Reccua Vinhos pretende, nos próximos anos, "duplicar ou triplicar" as vendas para este país.

Não é, no entanto, "um mercado fácil", porque "ainda existem muitos consumidores que não conhecem os vinhos", e, depois, "ainda há que enfrentar as diferentes especificações legais de cada estado".

Paulo Osório salientou que "há muito trabalho de divulgação para fazer" nos EUA e disse que é preciso ensinar os norte americanos a beber.

"O vinho do Porto tem versatilidade. Há linhas mais jovens que se podem adaptar a cocktails e são formas de apelar a consumos mais jovens, mais descontraídos", frisou.

Nesta visita, Paulo Osório pode constatar que há vinhos produzidos na mais antiga região demarcada do mundo à venda em algumas lojas de bebidas, principalmente da zona portuguesa de Newark, mas praticamente nada em bares ou restaurantes.

"Ainda não e essa é uma falha que existe. É preciso, pelo menos, meter meia dúzia de vinhos portugueses na categoria dos vinhos do mundo que aparece nos restaurantes para, um dia, conseguirmos chegar a ter uma secção de vinhos portugueses nas cartas dos restaurantes", referiu.

Para o responsável, uma das maiores dificuldades com que se deparara neste país é "encontrar parceiros na importação e distribuição credíveis e com capacidade financeira para poder desenvolver o mercado à velocidade que se pretende".

Nesta viagem pelos EUA, Paulo Osório encontrou-se com alguns importadores. Rogério Tavares foi um deles. Importador e distribuidor há 31 anos, este português radicado na América referiu que, quando começou a trabalhar, eram muito poucas as marcas de vinhos nacionais que se encontravam à venda neste país.

Hoje a realidade é diferente mas, segundo Rogério Tavares, "ainda não é fácil" porque "não se sabe vender Portugal". "Não há uma imagem do país associada aos vinhos", frisou.

Este importador referiu ainda que os concorrentes dos portugueses "são muito agressivos" e sublinhou que os EUA são "um nicho de mercado que é preciso aproveitar e rápido".

De acordo com dados do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), entre Janeiro e Junho, foram vendidas 158 mil garrafas de nove litros de vinho do Porto para os EUA, menos 0,5% comparativamente com igual período do ano passado, o que se traduz num volume de negócios de cerca de 10 milhões de euros.

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