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Menos vinho verde pode levar a aumento de preços e prejudicar exportação

Lusa/Público | 08-09-2012 | Geral, Regiões, Economia
A diminuição da produção de vinho verde prevista para 2012 poderá levar ao aumento do preço do produto, prejudicando a exportação, disse à Lusa Casimiro Alves, presidente da Cooperativa Agrícola de Felgueiras.
O dirigente revela que as quebras de produção, provocadas pelas condições atmosféricas no período de floração, podem chegar aos 30% em algumas adegas, o que levará ao aumento dos valores a pagar pelas uvas aos produtores.

O presidente daquela cooperativa, a maior do Vale do Sousa, admite que os preços ao produtor possam subir entre 10% e 20%. “Pode haver especulação no preço das uvas, com os preços a prejudicar mercados que demoraram tantos anos a conquistar”, explicou à Agência Lusa.

Casimiro Alves recorda que as reservas de vinho verde são, em média, baixas na região, uma situação que poderá agravar a situação.

O facto de as vindimas estarem atrasadas não permite ao sector avançar com elementos mais exactos sobre as perdas, mas já é possível, segundo o dirigente, garantir que a qualidade geral do vinho será boa.

Vindimas atrasadas


Todos os anos, cerca de 800 produtores da região confiam as suas uvas à Cooperativa de Agrícola de Felgueiras, que recebe entre sete e oito milhões de quilos.

Em Penafiel, as vindimas da campanha de 2012 na Quinta da Aveleda, maior exportadora nacional de vinho verde, também estão atrasadas e deverão expressar uma diminuição da produção de 15%, segundo a administração.

António Guedes, administrador e enólogo, garante que este é “um ano normal” em termos de produção, com ligeiras quebras face a 2011, que foi um ano atípico.

As vindimas nos 180 hectares de produção de vinho verde estão ainda numa fase inicial e atrasadas cerca de três semanas, o que se deveu a uma rebentação e a uma floração mais tardias do que é habitual e a um Verão fresco.

Bom ano de produção


No entanto, o calor dos últimos dias obrigou a empresa a avançar rapidamente com as vindimas nas zonas mais quentes, sobretudo na exploração que tem em Celorico de Basto, numa área de 40 hectares. Apesar disso, a empresa aponta para uma produção global que se aproxime de 15 milhões de quilos de uva.

“Acreditamos que vamos ter vinhos brancos muito aromáticos, frescos e com uma acidez ligeiramente mais alta do que no ano passado”, explicou, revelando que, à partida, estão reunidas as condições para um bom ano de produção.

António Guedes garante ainda estarem reunidas as condições para a produção de vinho alvarinho de qualidade, quer nos 15,5 hectares de Celorico de Basto, quer nos 25 da Aveleda.

A Quinta da Aveleda tem cerca de 180 hectares de vinha própria, mas essa área apenas consegue produzir 15% das necessidades da empresa. O restante é adquirido a dezenas de explorações vitícolas da região. O processo de recepção de uva na unidade industrial da empresa vai decorrer até meados de Outubro.

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