Aveleda reforça no verde
A Aveleda vai plantar mais 40 hectares de vinha para produzir vinho verde.
A Quinta da Aveleda, empresa cujo negócio principal está centrado na produção de vinho verde, vai avançar no próximo ano com a plantação de mais 30 a 40 hectares de vinha, anunciou António Guedes, presidente da empresa. A Aveleda está a seleccionar terrenos contínuos nas proximidades de Penafiel, onde está sediada, que permitam a utilização de máquinas na altura da poda e das vindimas. O investimento na plantação ronda os 10 mil euros por hectare, sendo que existem apoios financeiros para o efeito, adiantou António Guedes.
Apesar de também produzir vinhos do Douro e da Bairrada, é nos vinhos verdes que a Quinta da Aveleda tem a sua forte aposta. Das cerca de 14 milhões de garrafas anuais produzidas pela empresa, 85% são de vinhos verdes. Comercializados sob as marcas Casal Garcia, Aveleda Fonte e Quinta da Aveleda, os vinhos verdes são provenientes dos 100 hectares de vinha da própria Quinta da Aveleda e de 40 hectares arrendados, além de uvas compradas. As vinhas da Quinta da Aveleda só respondem a 15% das necessidades de produção. Segundo António Guedes, a Aveleda tem contratos de longa duração com 2.500 fornecedores da região, todos pequenos proprietários, que asseguram as uvas necessárias em cada ano.
Estados Unidos são o maior mercado externoCom um volume de vendas que este ano deve atingir os 30 milhões de euros (um crescimento de 10%, face aos 27,151 milhões facturados em 2007), 52% é gerado nos mercados externos. Os Estados Unidos da América são o primeiro mercado de exportação da Aveleda, que coloca neste país as marcas Casal Garcia e Aveleda Fonte. Nos primeiros meses deste ano, quase desapareceu a margem nas vendas para os EUA e Canadá, mas já em Outubro e Novembro foi possível recuperar, revelou António Guedes. A empresa tem ainda o Brasil, Angola, França, Alemanha, Benelux e os países nórdicos como mercados relevantes de exportação.
Mas o vinho da empresa segue ainda para mercados como Cabo Verde, América do Sul e Central, África do Sul e Austrália. A Quinta da Aveleda vende também para a Rússia, mas são exportações que não têm ainda muito significado. Como afirmou António Guedes, a empresa aposta “sempre nos mercados seguros”, pois os “mercados emergentes são lentos e difíceis, não há hábito” de beber vinho. E adiantou que “são países que não conhecem Portugal e os seus vinhos e mesmo quando nos conhecem é difícil criar uma imagem”.
Na Quinta da Aveleda, a empresa fabrica também queijo. A diversificação da produção deu-se há cerca de oito anos e deveu-se ao facto de existir uma vacaria na quinta. Segundo António Guedes, inicialmente vendiam o leite, mas o valor acrescentado era pequeno. Decidiram então apostar na transformação do leite e investir numa pequena queijaria. Sob a marca Quinta da Aveleda, os queijos valem 3% da facturação da empresa, mas têm conhecido crescimentos interessantes em termos de facturação, diz António Guedes. Os queijos Quinta da Aveleda são comercializados nas lojas da grande distribuição, principalmente na região Norte.
A Quinta da Aveleda está também interessada em aumentar a produção do vinho Charamba, marca própria de vinho de mesa produzido no Douro. Segundo António Guedes, a produção é ainda pequena, cerca de 50 mil caixas de 12 garrafas por ano, mas o objectivo é aumentar e produzir inclusive um vinho mais ‘premium’.
Alegria com Casal GarciaA marca de vinho verde Casal Garcia, propriedade da Quinta da Aveleda, comemora, no próximo ano, 70 anos. O nome da marca deve-se ao facto de as uvas para a produção deste vinho serem originárias de uma parcela de terreno da quinta que era conhecida por Casal Garcia. O vinho, que em 2007 comemorou a sua chegada a 60 países do mundo, procura celebrar as suas origens. Assim, o rótulo tem uma imagem de uma renda antiga da família e também é ilustrado com o brazão da família Guedes. A marca é bem conhecida dos portugueses, nomeadamente pelo ‘slogan‘ “haja alegria, haja Casal Garcia”.