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Para além da vertente comercial, a adega, a surgir na Santa, será um meio de promoção

Unidade de enoturismo nasce no Porto Moniz

Ricardo Caldeira | Jornal da Madeira | 01-08-2008 | Regiões, Economia
O Porto Moniz vai ter uma unidade de enoturismo. Trata-se de uma iniciativa dos empresários Tito Brasão e António Oliveira, que tem em vista a diversificação da oferta turística madeirense, através do enoturismo, a criação de um ponto comercial de forma a escoar o vinho produzido, bem como a divulgação e promoção daquele concelho predominantemente agrícola.
A adega do Porto Moniz ficará situada na Santa, próximo do Parque Empresarial e deverá custar aproximadamente 1,4 milhões de euros, com comparticipação de fundos europeus. O projecto está neste momento a ser elaborado, devendo as obras ir para o terreno no próximo ano e ficar concluídas em finais de 2010/inícios de 2011.

Tendo em conta que a componente do enoturismo representa hoje um grande peso no negócio do vinho, que o surgimento de novas estruturas de vinificação traduz uma enorme evolução nesta área e que este projecto terá uma importância fulcral em termos de ajuda à vinicultura do concelho e à própria promoção do Porto Moniz, o mesmo não podia ser mais bem visto pela autarquia. Neste sentido, e atendendo também ao pedido de apoio feito por parte dos investidores, a Câmara Municipal do Porto Moniz, após proposta do presidente, Gabriel Farinha, deliberou, ontem, por unanimidade, oferecer o projecto de arquitectura e projectos de especialidade da adega.

Em declarações ao JORNAL da MADEIRA, Tito Brasão, um dos proprietários da futura adega, adiantou que «a nossa ideia é criar uma unidade complementar que viesse trazer um pouco da história do produto que se irá comercializar e desenvolver também uma vertente que na Madeira infelizmente só as casas de vinho Madeira têm feito um pouco, que é o enoturismo». Assim sendo, além da produção e comercialização dos vinhos de mesa, esta infra-estrutura estará vocacionada para ser um ponto de recepção de turistas e enófilos (nacionais ou estrangeiros), onde estes possam visitar as vinhas e assistir à colheita das mesmas e ao processo de feitura do vinho de mesa do princípio até ao fim, bem como provar estes néctares. «Quando compramos uma garrafa de vinho, há muitos dias de história que não podem ser contados, pelo que numa unidade de enoturismo nós tentamos dar a quem está a provar os vinhos que comercializamos essa possibilidade de conhecerem a história», acrescentou Tito Brasão, acentuando o facto de esta iniciativa possibilitar igualmente a criação de mais postos de trabalho.

De referir também que a adega do Porto Moniz não tem como objectivo fazer concorrência à de São Vicente, mas antes ser uma oferta complementar a esta. Sublinhe-se ainda que os referidos vitivinicultores têm actualmente 154 mil metros quadrados de vinha plantada, a maioria no Porto Moniz, e que, nos próximos dois anos, pretendem atingir os 200 mil metros quadrados.

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