Vendas de Madeira deverão manter-se estáveis em 2008
As vendas de Vinho da Madeira em 2008 deverão manter-se estáveis, face ao ano anterior, nos 3,7 milhões de litros, o equivalente a 16,5 milhões de euros, estimou o presidente do Instituto do Vinho da Madeira.
Em entrevista à agência Lusa, Paulo Rodrigues disse, no entanto, esperar "ganhos de qualidade" que deverão alavancar o preço por litro do Vinho da Madeira, actualmente, em média, a rondar os 4 euros.
Produzido há cerca de 600 anos, o Vinho da Madeira beneficia de ser produzido numa região com características singulares que permitem a cultura da vinha em toda a ilha da Madeira e Porto Santo.
No total, são cerca de 400 hectares de vinha para a produção de vinho licoroso de qualidade produzido na região determinada (VLQPRD Madeira) e de Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada (VQPRD Madeirense), explicou.
O vinho de mesa é um produto mais recente, mas no qual a região tem vindo a apostar nos últimos anos, nomeadamente para fins turísticos e de ligação à gastronomia local.
As castas mais utilizadas e com maior tradição na produção de vinho madeirense são o Sercial, o Verdelho, o Boal, a Malvasia e a Tinta Negra.
França é o principal mercado do Vinho Madeira, com 1,3 milhões de litros vendidos em 2007, seguido do Reino Unido (355 mil litros), Alemanha (329 mil), Japão (195 mil) e EUA (193 mil).
Mas o mercado regional é também "muito importante", frisou o presidente do Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira, já que se trata do segundo mercado de vendas (547 mil litros), assim como os novos mercados na Europa, como a Hungria ou a Polónia "que se estão a tornar mercados interessantes".
Para Paulo Rodrigues, o balanço do ano é, portanto, "muito positivo", com vários prémios recebidos "que são o reconhecimento do esforço tecnológico que se tem feito na produção de vinho".
O Vinho da Madeira está assim, de acordo com o responsável, em equilíbrio entre o que se vende e o que se produz, depois de nos últimos anos ter havido uma reestruturação dos sistemas de produção, com recurso a novas tecnologias.
"O esforço para manter a qualidade de um produto exclusivo tem vindo a ser continuado e o balanço é positivo", sublinhou.
Segundo Paulo Rodrigues, a viticultura é assim na região da Madeira um sector "vivo e sustentável", onde trabalham perto de 1.600 viticultores.
Beneficiados por esta actividade ficam também a paisagem singular da ilha, o turismo e as tradições.
"Não há Madeira sem vinho da Madeira", frisou o presidente do instituto.
"O sector primário é o grande sustentáculo do turismo da região. As pessoas vêm cá para ver as paisagens e a Madeira é cada vez mais relacionada com a natureza", sustentou.