A um mês do arranque da época da vindima e dois meses após a forte chuva de granizo que caiu naqueles concelhos alentejanos, afectando 700 dos 1.600 hectares de vinha abrangidos pela ACVCA, as estimativas dos viticultores "não são as melhores".
"Os estragos provocados pelo granizo foram bastante significativos e as primeiras previsões para esta época apontam para uma quebra na ordem dos 25 por cento relativamente aos cerca de 8,5 milhões de quilos de uva produzidos em 2006", disse hoje à agência Lusa o presidente da direcção da ACVCA, Joaquim Carvalho.
No entanto, apesar da quebra de produção, salientou, "a qualidade do vinho produzido na região está salvaguardada".
Após a queda de granizo, no final de Maio, frisou Joaquim Carvalho, algumas das vindimas tratadas recuperaram ramos novos, mas só deverão dar uva "na época de 2008".
Por outro lado, acrescentou, associado à queda de granizo, as chuvas e as temperaturas amenas das últimas semanas provocaram o "aparecimento de alguns focos da doença de míldio".
Segundo o mesmo responsável, esses focos de míldio (doença produzida por fungos) atingiram "folhas e cachos de algumas vinhas, nas quais os produtos insecticidas tinham perdido o efeito protector".
Ainda assim, frisou Joaquim Carvalho, a situação já foi resolvida com sucesso: "os focos de míldio não tiveram grande expressão e já desapareceram por completo".
"Actualmente, não há indícios da doença estar activa", disse.