O aumento tem sido mais significativo no concelho de Melgaço, que conta com 40 marcas, sendo que em 1997 existiam apenas seis. Já em Monção, a última marca a surgir foi no ano passado. Neste momento, existem no concelho 19. Os dados da CVRVV apontam, ainda, para a existência de 17 marcas fora da sub-região.
Segundo Isabel Domingues, responsável pelo Gabinete de Apoio ao Desenvolvimento da Câmara Municipal de Melgaço, "o número de marcas tem-se multiplicado" e justifica a subida com o aumento da produção, com o controlo "mais apertado por parte da Comissão", e ao facto de não ser permitido comercializar o vinho sem rótulo. "Neste último caso, os viticultores têm duas opções ou vendem o vinho a engarrafadores ou criam marca devidamente registada", explica a responsável. E salienta que, "desde 2003, por ano, são criadas duas a três marcas no município".
Para Manuel Pinheiro, presidente da CVRVV, o aumento de marcas em Melgaço "é natural", porque se encontra numa "fase de afirmação, enquanto que a vinha e a estrutura de produtores em Monção está já bem ancorada". O presidente considera, porém, que este aumento não é necessariamente "bom" e sintetiza "A região [dos Vinhos Verdes] tem mais de três mil marcas e isto é um problema, pois há uma enorme dispersão e falta de dimensão crítica. Julgo que seria importante para Melgaço que existisse uma marca forte e outras marcas que a rodeassem".
A produção do vinho Alvarinho atingiu no ano passado 4 685 688 litros, com 55% da produção em Monção e 45% em Melgaço. Nos últimos cinco anos, a produção média rondou os 4,1 milhões de litros, embora apenas tenham sido comercializados sob marcas de Alvarinho 1,5 milhões de litros, o que revela, tal como aponta Manuel Pinheiro, a pequena capacidade produtiva da casta. O restante vinho Alvarinho é engarrafado em conjunto com outras castas, como a Trajadura.
No que respeita à evolução da produção de 2005 para 2006, existiu uma ligeira diminuição inferior a 1%. Manuel Pinheiro explica que a estabilidade resulta do facto de se tratarem de "vinhas novas, bem implantadas que resistem bem às variações do clima", o que considera ser "um facto positivo".
Quinta da Brejoeira
Construído no final do século XVIII, o Palácio da Brejoeira é hoje o centro de vastas propriedades onde se cultiva, desde 1977, o Alvarinho "Quinta da Brejoeira", com prestígio reconhecido.
Alvarinho Soalheiro Tem o privilégio de completar 25 anos e é das marcas mais sólidas no mercado. Para os proprietários, a estratégia passa pelo "crescimento sustentado". Garantem que o balanço da actividade é positivo, porque a "oferta está ajustada à procura". E não hesitam em afirmar "Dos pequenos somos os maiores".
Adega Cooperativa Regional de Monção "É a empresa líder na produção e comercialização de Alvarinho", dizem os dirigentes da estrutura. Com um total de 1950 associados, a adega exporta para países, como EUA, Canadá, Brasil, Inglaterra e Itália.
Quinta do Regueiro
É a única marca a comercializar a meia garrafa de Alvarinho. Com um volume de negócios na ordem dos 100 mil euros, a sua produção perfaz as 40 mil garrafas por ano. Desenvolver rótulos com perfil internacional é o objectivo.