De acordo com a Comissão, “trata-se de um crescimento sustentado”. As vendas aumentaram 5,1 por cento no último ano, com o stock de vinho branco a descer. Na opinião de Manuel Pinheiro, presidente da Comissão, “é bom para os exportadores de vinho branco”. Por outro lado, “os stocks de vinho tinto estão a aumentar, pelo que o preço não tem hipótese de subir. Os produtores, futuramente, têm de saber que o vinho branco é agora um melhor negócio”.
Manuel Pinheiro afirma que a região vale mais do que se pensa: “O Douro, o Alentejo, o Dão são consideradas as regiões importantes. Mas nós somos o número dois destacadíssimo, o que surpreende alguns”. É uma noção secular, já que, diz, “o Marquês de Pombal mandou arrancar vinhas em várias regiões para proteger o Douro”.
O presidente assegura que “não precisamos de crescer mais na produção, mas sim no mercado e especialmente na exportação. Ainda dependemos muito do mercado nacional, apesar de termos ultrapassado os 10 milhões de litros, um número mítico que já almejávamos há muito”. A Nova Zelândia é uma zona privilegiada para as exportações de vinho verde. Por outro lado, “o consumo é importante em França devido à comunidade portuguesa”. Mas o presidente realça os EUA como a maior aposta, revelando que “é um mercado em expansão nos últimos anos. Estamos a sair da comunidade portuguesa, em Boston, onde nos situávamos historicamente. Além disso, é um mercado infindo”.
O presidente da Comissão revela que “um dos problemas é o número excessivo de engarrafadores e marcas. Temos cerca de 600 empresas e mais de 2000 marcas. O que está a crescer são as grandes empresas que exportam. Tem de haver um esforço de união entre os pequenos produtores para que possam fazer campanhas em mercados externos e boas negociações com as grandes superfícies”. O presidente acha que “este esforço tem de ser feito pelos produtores e incentivado pelas associações”.
A Comissão celebrou um contrato de seguro de colheitas que cobre a produção de todos os viticultores da região. De acordo com o presidente, “é um seguro que protege os produtores contra as principais intempéries. Dentro de dias, divulgaremos os dados. Mas trata-se do maior seguro agrícola de Portugal”.
Ao longo de 2007, a CVRVV espera também concluir diversos estudos estratégicos sobre a Região dos Vinhos Verdes e as suas empresas.
Números
O Vinho Verde é o nº 2 no mercado nacional, com uma quota de 18 por cento. Este crescimento deve-se às exportações (23 milhões de euros/ano), onde pela primeira vez se ultrapassou os 17 milhões de litros. O Vinho Branco, aumentou 7,5 por cento em 2006. Para 2007, a CVRVV vai gastar em marketing cerca de 800 mil euros.