Venda de espumante cresce 10 por cento ao ano
Bairrada encheu 1,4 milhões de garrafas em 2009 muito por culpa do Natal e Ano Novo
A crise não afecta a maior região produtora de espumante do país. As vendas da bebida certificada da Bairrada têm aumentado nos últimos anos, devendo rondar 1,4 milhões as garrafas vendidas em 2009. A maioria das rolhas salta nos últimos dias do ano.
As festas da Passagem de Ano e do Natal são grandes responsáveis pelo aumento da produção de espumante certificado da Bairrada - a maior região produtora do país - que, em 2009, deverá ter atingido 1,4 milhões de garrafas. Um crescimento de quase 10 por cento em relação aos últimos anos (ver gráfico), segundo confirmou, ao JN, José Pedro Corte Real, da Comissão Vitivinícola da Bairrada.
No caso concreto das Caves Aliança, em Sangalhos, por exemplo, os últimos três meses do ano são os mais importantes para o negócio, uma vez que têm um peso de 75% das vendas do ano.
A intensificação das vendas de espumante da Bairrada acontece nos últimos meses do ano. Os espumantes de topo, que podem custar mais de 15 euros a garrafa, destinados a nichos de mercado, também acompanham esta evolução.
Paulo Medina, director de Marketing das Caves Aliança, confirma o aumento das vendas de espumante na casa dos dois dígitos. "Em 2009 tivemos um crescimento de 10%", revela, confirmando que "os últimos três meses do ano são os mais importantes para as vendas".
Medina reconhece que "as grandes vendas de espumante continuam associadas aos momentos festivos, como é o caso da passagem de ano, quando deviam também estar associados à gastronomia, o que representaria uma óptima oportunidade de crescimento".
Também Mário Sérgio Nuno, proprietário da Quinta das Bageiras, na Fogueira, Sangalhos, confirma o aumento das vendas. Confirma, também, que é na época do Natal e Fim de Ano que se regista uma maior saída do néctar bairradino. Mário Sérgio, eleito em 2004 o Agricultor do Ano pelo Ministério da Agricultura, acrescenta que "é no final do ano que as vendas do espumante de topo aumentam, garrafas que custam cerca de 15 euros".
Nas Caves São João, em São João da Azenha, Anadia, fundadas em 1920, Célia Alves, administradora, refere que "tem havido ao longo de todo o ano um incremento nas vendas", afirmando que "as pessoas têm procurado mais espumante de qualidade". "Os hábitos estão em mudança, se antigamente se abria uma garrafa de vinho branco, agora é o espumante que é bebido". Célia refere ainda que "os espumantes de topo também estão a ter uma boa saída".
Angola, EUA e Canadá na mira
O espumante da Bairrada é consumido sobretudo em Portugal, mas é também exportado para Brasil, Espanha, Canadá e Angola, este último um mercado que "começa a ter uma grande apetência", sobretudo para o meio-seco.
Canadá e Estados Unidos são outros "mercados de interesse" para o espumante da Bairrada. Esta zona estará, durante os próximos três anos, no centro das campanhas de promoção do produto no exterior. "São mercados com grandes potencialidades", diz José Pedro Corte Real.