Casa do Douro: Cessaram negociações com a Global Wines
O presidente da Casa do Douro (CD) reconheceu ontem, em Alijó, que "cessaram" os contactos com a Dão Sul para a venda de parte das acções que a CD detém na Real Companhia Velha (RCV) à Global Wines.
"Os contactos com a Dão Sul cessaram, estamos à procura de melhor oportunidade. Não sabemos que surgirá ou não. Neste momento de crise os negócios são muito difíceis e ficará para novas oportunidades", salientou Manuel António Santos.
O Conselho Regional de Vitivinicultores aprovou, em Janeiro, a venda de 51 por cento das acções que a CD detém na RCV, à Global Wines, uma holding formada em Dezembro de 2007 e que tem como principal accionista a Dão Sul - Sociedade Vitivinícola, SA.
A proposta teria que ser ratificada pelo conselho em 90 dias, prazo que foi sendo consecutivamente prorrogado.
A concretização do negócio permitiria ao organismo representativo da lavoura duriense reduzir a dívida de 20 milhões de euros para 80 a 85 milhões de euros.
A Global Wines propôs-se adquirir dois milhões e quarenta mil de um total de quatro milhões de acções a que correspondem 40 por cento do capital social daquela empresa, adquiridos pela CD em 1990 por 48 milhões de euros.
Se o negócio fosse concluído, a Casa do Douro mantinha-se como accionista minoritário da RCV.
A proposta apresentada pela direcção da CD ao conselho, implicava também a parceria numa nova empresa.
"Formaríamos uma empresa com a Dão Sul, essa empresa entraria na administração da RCV com os direitos que a CD tem na administração da empresa, ficando com tinham o compromisso de utilizarem os vinhos da CD sempre que mostrassem os adequados aos mercados" explicou Manuel António Santos.
Se esta solução tivesse sido concretizada a CD, segundo o responsável, "teria encontrado uma via para fazer dinheiro e para pagarmos parte da dívida".