Garrafas raras de Porto e Madeira vão a leilão
Há garrafas de vinho cuja licitação inicial atinge 1500 euros. São 269 lotes que sobem à praça na quarta-feira no Palácio do Correio Velho.
É já na próxima quarta-feira, dois de Julho, às 21.00, que se realiza em Lisboa aquele que pretende ser o maior leilão de vinhos de sempre em Portugal. Pelo Palácio do Correio Velho (PCV) vão desfilar Madeiras e Portos, a par de vinhos de mesa, na sua grande maioria nacionais, cujo valor mínimo global ascende, segundo os organizadores do evento, aos 45 mil euros.
Distribuídos por 269 lotes, lá se podem encontrar verdadeiras raridades a par de vinhos de consumo de qualidade, destinados quer a coleccionadores quer a apreciadores, a preços-base que podem chegar aos 1500 euros. É o caso de uma garrafa de Companhia Vinícola Madeira Terrantez 1795, avaliada para "começo de conversa" entre os 1000 e os 1500 euros, ou de um Quinta do Noval Vintage 63, a valores idênticos. Oriundos de várias colecções particulares, os vinhos deverão ser vendidos quer a coleccionadores quer a comerciantes ou mesmo ao mercado de curiosos e par- ticulares. Segundo Luís Filipe Gomes, do PCV, em declarações ao DN, os vinhos expostos a leilão pertencem "a pessoas que aproveitam para trocar, ou que precisam de espaço". O público-alvo não é tanto o internacional, embora os Porto e Madeira sejam de entre os vinhos portugueses aqueles que têm mais cotação no estrangeiro.
O presente leilão é o retomar de uma actividade que o PCV tinha interrompido há quatro anos. "A equipa da altura deixou de ter disponibilidade e depois quisemos formar especialistas, o que demorou algum tempo", revela Luís Filipe Gomes. O mesmo responsável não espera "de todo" passar outros quatro anos de hiato. A data da exposição foi, aliás, encontrada não por acaso, mas logo a seguir ao Dia do Vinho (ver texto em baixo). "E também porque olhámos para o stock que tínhamos, achámos que estava na altura, que agora fazia sentido", frisa Luís Filipe Gomes.
Encontrar um valor exacto para um vinho é tarefa quase impossível. Também por isso os preços do catálogo do leilão do próximo dia dois não são valores- -base mas apenas indicativos da própria pesquisa que a equipa do PCV e seus colaboradores externos conseguiu.
"No caso dos vinhos que têm cotação internacional, baseámo-nos também no que outras casas de leilões já fizeram", explica Francisco Peres, um dos enófilos que colaborou com o PCV na organização do evento. "Depois é sempre a notoriedade do vinho, as opiniões favoráveis que vai recolhendo das revistas da especialidade que distinguem e formam o preço", sustenta o mesmo especialista. O estado de conservação, a prova (quando possível) ou o bom estado do rótulo são outros dos métodos para encontrar o valor certo de cada garrafa.