Sogrape compra empresa no Chile por 20 milhões
A Sogrape anunciou ontem a aquisição de uma empresa de vinhos no Chile, o que vai reforçar a presença da companhia portuguesa no chamado "novo mundo" da produção vitivinícola. Foram aplicados 20 milhões de euros na compra do Chateau Los Boldos, uma exploração situada no vale de Rapel, mesmo no bordo da serra Pátria.
O Chateau Los Boldos tem associada uma frente de 270 hectares de vinhas e estava na posse da família Dominique Massenez, um alsaciano que há quase 20 anos deixou o país natal (onde tinha imposto argumentos na área dos brandies e dos licores) para tomar conta da quinta chilena - que actualmente já tem os seus produtos colocados em 70 países.
O objectivo, cumprido, deste produtor foi criar no Chile um núcleo de produção de vinhos de elevada qualidade, feito "ao estilo francês".
Com esta aquisição, o grupo liderado por Salvador Guedes reforça posições no chamado novo mundo do vinho. "Este é mais um passo importante no processo de internacionalização da Sogrape", comentou o presidente da companhia que tem sede em Avintes, Gaia.
A primeira aposta da Sogrape, concretizada há 10 anos, foi feita na Argentina, através da compra da Finca Flinchman. Mais recentemente, a companhia adquiriu uma produtora de vinhos neozelandesa.
Numa entrevista recente, ao Expresso, Guedes salientava o êxito que está a ser conseguido na Argentina, com crescimentos na ordem dos 60 por cento ao ano, o que, aliás, obrigou à construção de uma nova adega.
As vinhas do Chateau Los Boldos, que foram objecto de reconversão quando a família Massenez delas tomou conta, beneficiam, afirma a Sogrape, de um microclima "excepcional" e estão implantadas em solos rochosos e muito porosos. Tal vai possibilitar à Sogrape "completar o portefólio com mais e novos vinhos premium", afirma a empresa em comunicado distribuído ontem.
O grupo Sogrape, que detém a marca de maior sucesso no quadro vinícola nacional - Mateus Rosé -, tem uma facturação próxima dos 200 milhões de euros e vende cerca de seis milhões de caixas por ano.
Presente em 125 mercados com 19 marcas, a companhia de Avintes tem nas exportações a sua maior fonte de receitas - cerca de 65 por cento do total.