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Douro investe 4,8 milhões para relançar viticultura

Jornal de Notícias | 30-08-2009 | Economia
Cluster dos Vinhos do Douro tem três anos paradesenvolver vários projectos e modernizar o sector
Modernizar a viticultura duriense, torná-la mais competitiva e ecológica, e aumentar a qualidade do produto são os objectivos do Cluster dos Vinhos do Douro, que tem 3 anos para mostrar resultados, com um orçamento de 4,8 milhões de euros.

A competitividade da vitivinicultura duriense depende de uma equação nem sempre fácil de efectuar: produzir melhor, gastando menos. Só assim se pode bater a feroz concorrência mundial, sem perder, ou até aumentando, o rendimento de quem produz. É este objectivo que vai ser perseguido pelo Cluster dos Vinhos do Douro, reconhecido há um mês no âmbito do Programa Estratégias de Eficiência Colectiva do Ministério da Economia e Inovação.

Traduzido do Inglês, cluster quer dizer aglomerado ou grupo, mas também cacho. O dos Vinhos do Douro tem como líder a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), sediada na Régua, mas vai agregar dezenas de entidades públicas e privadas, nacionais e estrangeiras. E nele tanto têm lugar as instituições ligadas à investigação, como os produtores de vinho, empresas que produzem garrafas, rolhas e produtos agro-químicos, bem como as que se dedicam à divulgação de conhecimento.

No fundo, pretende-se "envolver as diferentes competências das diferentes actividades, contribuindo para um objectivo comum", resume Fernando Alves, director executivo da ADVID. Neste contexto, vão ser desenvolvidas "actividades de investigação e desenvolvimento aplicadas a toda a Região Demarcada do Douro". Além do conhecimento produzido localmente, também será importado de centros de investigação internacionais de referência.

O plano de acção, a desenvolver durante os próximos três anos, engloba, entre outros, vários projectos: a zonagem do potencial vitícola; o estudo do impacto das alterações climáticas no Douro; a gestão das necessidades hídricas; a avaliação do potencial enológico, que permite definir que uva deve ser produzida para um determinado tipo de vinho; a organização da vinha de encosta, desenvolvendo técnicas que permitam optimizar o investimento, dado o elevado custo de instalação de videiras em áreas com declives muito acentuadas; e que todos os agentes do sector passem a ter acesso à informação produzida.

"Esperamos que, no final, venham a modificar de forma muito significativa o actual panorama de conhecimento e sua difusão na região", diz Fernando Alves. Porém, admite que não está à espera que em três ou quatro anos se possa mudar o paradigma actual da viticultura duriense, embora nesse espaço de tempo tenha de haver "resultados efectivos". Por enquanto, apenas se vão lançar as sementes de uma estrutura que possa ser continuada no futuro, até porque, como sublinha o director executivo da ADVID, "o Cluster é um processo geracional".

Neste momento, a associação está a trabalhar nos regulamentos de candidatura das acções âncora, que vão decorrer durante os meses de Outubro e Novembro, e a optimizar da rede de actores do Cluster.

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