Acompanhado pelo irmão, Jorge, e pelo filho, Renato, Berardo visitou ontem a Casa do Douro, vários armazéns de vinho e adegas cooperativas da região. Nas Caves Vale do Rodo, na Régua, explicou que o seu "interesse, por enquanto, passa somente pela área dos vinhos, e numa parceria que envolverá a Casa do Douro e os seus stocks, mas também algumas adegas cooperativas da região", porque pretende "dar um contributo para manter os pequenos viticultores em actividade, pois são eles o suporte desta terra e da classificação como Património Mundial". O empresário admitiu, ainda, "adquirir algumas quintas que no futuro poderão ser aproveitadas para unidades turísticas de charme e de elevada qualidade, mas não num futuro tão próximo". "Para já, vamos concentrar-nos no vinho", referiu.
O JN tem a garantia de fonte segura que "será criada uma nova empresa ou poderá ser aproveitada uma já existente, mas os negócios de Berardo no Douro não passam pela recém-criada parceria com a Dão Sul, através da holding Global Wines, nem pela Real Companhia Velha, mas por algo totalmente diferente". Prova disso é o interesse demonstrado numa linha de engarrafamento pertencente à "Superdouro", que engloba várias adegas da sub-região do Douro Superior, onde também se deslocou ontem.
Manuel António Santos, presidente da Casa do Douro, lembrou que, "há cerca de dois meses, a instituição duriense tinha dívidas globais de 125 milhões de euros". Nas últimas semanas, prosseguiu, foi possível "diminuir a dívida em quase 40 milhões", havendo ainda vinhos em armazém "que ultrapassam duas vezes essa dívida". Aquele responsável quer negociar com "os actuais exportadores", mas acrescenta que "é fundamental que surjam novos investidores na região".