A adega tomou uma atitude diferente daquilo que é normal nas suas congéneres do Douro. Para além de ter investido cerca de três milhões de euros na sua modernização, optou por uma gestão empresarial, a qual tem dado mais valias aos seus 600 associados. Este modelo traduz-se numa forma de fazer vinhos de "alta qualidade", apesar de apenas comercializar uma marca, a " Montes Ermos". A produção não chega para as encomendas, apesar de serem colados no mercado dois milhões de litros.
" A forma de ajudar os vitivinicultores do Douro é através de adegas que são bem geridas e com disponibilidade financeira para pagar aos seus associados, como é caso da adega de Freixo de Espada à Cinta, que paga metade do valor das uvas aos seus produtores, três meses após a sua recepção, pagando o restante valor no inicio de cada ano, o que significa que há a remuneração do trabalho dos vitivinicultores, " alegou o governante.
No entanto, Jaime Silva aproveitou para dizer que o importante "é ter adegas cooperativas sólidas e deixar de pensar que é a Casa do Douro que vai resolver os problemas da produção vitivinícola da mais antiga região demarcada do mundo."
Segundo dados do ministério da Agricultura, a maioria das adegas da Região Demarcada do Douro tem problemas em saldar as contas com os seus associados. " Por de trás dos maus exemplos está uma gestão não profissionalizada, a falta de apoio aos agricultores para combater as pragas da vinha e a falta de bons enólogos. Estes são alguns dos factores a ter em conta, no entanto, há instituições que descoraram estes itens determinantes para o seu sucesso e os problemas foram-se acumulando, " disse o ministro da Agricultura.
No entanto, o Governo lança um desafio. " Há adegas que sozinhas não têm possibilidades de sobreviver, por esse motivo há ajudas ao agrupamento", afirmou o ministro.
Para continuar na sendo do sucesso, José Santos, presidente da ACFEC, já anunciou a expansão daquela unidade vitivinícola com a construção de um pavilhão na zona industrial, que vai permitir o envelhecimento de vinhos e uma nova linha de engarrafamento.
Barragem de regadio
O ministro da Agricultura assumiu, ontem, o compromisso de que a barragem das Ferrarias, no concelho de Freixo de Espada Cintra, será construída. A infra-estrutura está orçada em cerca de cinco milhões de euros e vai permitir o regadio numa área de mil hectares de terreno onde impera o olival, amendoal, vinha e árvores de fruto.
Segundo Jaime Silva, "a barragem tem sustentabilidade e há muito tempo que deveria ser construída".
Esta barragem é uma pretensão dos agricultores do concelho de freixo de Espada à Cinta, cujo projecto foi iniciado há 14 anos. O autarca local diz que foi feita justiça. A barragem é considerada de vital importância para o desenvolvimento do concelhos e ao mesmo tempo uma forma de cativar os jovens para a agricultura de regadio. Com a construção da infra-estrutura, o município local vai proceder ao incremento da plantação de amendoeiras .