Como sucede para a maioria dos produtos de consumo, o trimestre do Natal é, para o Vinho do Porto, o mais forte do ano. A desagregação dos números oficiais do Instituto do Vinho do Douro e Porto (IVDP) permite concluir que o Natal vale entre 35% e 40% das vendas anuais. Entretanto, os consumidores de todo o mundo já gastaram este ano (até Outubro) 308,35 milhões de euros em Vinho do Porto. Mas, destes, apenas uma parte (36,2%) optou pelas categorias especiais (Vintage, LBV, ‘bottle matured’ e colheita de ano), as que permitem entender a aventura de beber um Porto.
Entretanto, os consumidores de todo o mundo já gastaram este ano (até Outubro) 308,35 milhões de euros em Vinho do Porto. Mas, destes, apenas uma parte (36,2%) optou pelas categorias especiais (Vintage, LBV, ‘bottle matured' e colheita de ano), as que permitem entender a aventura de beber um Porto.
O Vintage é a categoria de maior prestígio e tem que cumprir vários requisitos: "É engarrafado dois a três anos após a colheita, período durante o qual estagia em madeira, continuando depois o processo de envelhecimento em garrafa. Resultante do processo de envelhecimento em garrafa, em que predominam os fenómenos de redução, o Porto Vintage distingue-se dos vinhos do Porto exclusivamente envelhecidos em madeira pela sua cor intensa e sabor frutado. Encorpado, com um ‘fim de boca’ prolongado, manifesta um aroma e sabor requintados", diz a insuspeita Associacao de Empresas de Vinho do Porto (AEVP).
Consultada a tabela de declaração de Vintages da AEVP, fica a saber-se que, ao longo de todo o século XX, as 36 empresas que decidiram pedir ao IVDP (anteriormente designado IVP) a declaração desta qualidade, o fizeram, imagine-se, 761 vezes. Isto é, em média, as empresas consideraram que 21% das suas colheitas do século eram excepcionais. Mais: como, apenas 20 das cem colheitas anuais ficaram em branco em termos de pedidos, fica a saber-se que em 80% das colheitas houve pelo menos uma empresa a considerar aceitável a declaração de Vintage - e houve 18 anos em que só uma empresa o fez. Mas, como em nele, há campeões. A empresa que mais vezes declarou Vintages ao longo do século XX foi a Sandeman (52 vezes), logo seguida da Forrester (44), e da Kopke e Ferreira (ambas com 40), sendo estas quatro as únicas que atingiram ou ultrapassaram a barreira das quatro dezenas de pedidos.
Do lado contrário - o que pode ter a ver apenas com a idade das sociedades e não com a qualidade das colheitas –encontram-se a J. Carvalho Macedo (dois), Ventozelo (três), Romariz e Portal (quatro), a que se juntam a Churchill Graham, Gran Cruz e Hunt Constantino, como as únicas que ainda não chegaram à dezena de Vintages.