Jaime Silva, ministro da Agricultura, preside hoje e amanhã ao Conselho de Ministros de Agricultura e Pesca no âmbito da presidência portuguesa. O Conselho de Ministros deverá discutir a reforma do mercado do vinho depois dos eurodeputados terem recusado - na passada quarta-feira - a liberalização dos direitos de plantação de vinha nas zonas demarcadas, tal como a Comissão Europeia pretendia.
O apoio ao arranque das vinhas - matéria de especial interesse para Portugal - deverá ser reduzido de cinco para três anos, sendo, em contrapartida, reforçado aos agricultores o envelope financeiro logo no primeiro ano.
Em discussão, entre os 27, estará também a prática de adicionar açúcar para aumentar o teor de álcool. Uma prática utilizada no Norte da Europa, principalmente na Alemanha. Aqui, a Comissão de Agricultura sugere que o aumento do álcool através do desdobramento do açúcar seja mantido nas zonas tradicionais, defendendo o abandono progressivo após 2012.
Os eurodeputados defendem igualmente a manutenção das ajudas à destilação do "álcool de boca" - essencial para a produção do vinho do Porto, por exemplo. Mas consideram que esta ajuda dever ser mantida através de envelopes nacionais.
Tal como a presidência de Lisboa, Bruxelas pretende fechar a reforma do sector do vinho até ao final do ano. A comissária europeia para o sector, Mariann Fischer-Boel, pretende eliminar a produção excedentária de vinho na Europa.
O plano da Comissão sob o mote "produzir menos e melhor vinho" implica o arranque de 200 mil hectares de vinha na União Europeia, dos quais 16 a 17 mil em Portugal, contra o pagamento de prémios.
Em Portugal existem quase 39,5 mil produtores de vinho, sendo o Estado membro com maior variedade de castas de vinha (341), plantadas em 236 mil hectares. No seu conjunto, a União Europeia é o maior produtor e exportador mundial de vinho. Espanha, França, Itália e Portugal são responsáveis por cerca de 80% da produção total.