Na região do Douro temos o vinho do Porto e porque não termos na região de Lisboa os vinhos de Lisboa?”, perguntou o secretário de Estado adjunto da Agricultura e Pescas, Luís Vieira, que homologou o acordo estratégico, assinado entre as adegas cooperativas da Merceana, Carvoeira e Dois Portos (concelhos de Alenquer e Torres Vedras).
O projecto prevê a constituição da “União das Adegas Cooperativas, SA”, depois da agregação de outras cooperativas da região, estimando-se um investimento de 10 milhões de euros na modernização de maquinaria, para tornar os vinhos mais competitivos no quadro da globalização. “Temos Lisboa, que é uma referência e que recebe 400 mil turistas por via marítima, e daí nasceu a ideia de criar o vinho de Lisboa, que não é produzido em Alfama ou na Mouraria, mas produzidos na região de Lisboa”, adiantou, por seu lado, o presidente da Associação Industrial Portuguesa, Rocha de Matos. O acordo irá surtir já efeitos na campanha deste ano, que arranca hoje, com a união de esforços na perspectiva de reduzir os custos de operacionalização na produção dos vinhos.
O secretário de Estado incentivou os cerca de mil vitivinicultores da região, cujas adegas produzem anualmente 20 milhões de litros de vinho, para se juntarem numa estratégia para aumentar a eficiência de meios e as vendas, criar uma rede de comercialização e de distribuição dos vinhos e a apostar em novos mercados, com o alargamento a mercados emergentes como Índia, Rússia e países do norte da Europa e da América do Sul.
“Temos 18 adegas cooperativas na Estremadura, temos quatro só num raio de cinco quilómetros, e é necessário que estas organizações se concentrem, que criem métodos de gestão mais profissionais e que tragam mais dinâmica empresarial para o sector”, sublinhou o governante, como forma de solucionar as dificuldades financeiras no sector. Luís Vieira revelou que, dentro das ajudas comunitárias que aí vêm, “não há apoios para iniciativas que não tenham estratégia para o mercado”.
As candidaturas, que poderão ser efectuadas a partir de Outubro, poderão contar com financiamento que atingirá os “50 por cento a fundo perdido”, dando prioridade a projectos em que se concentrem várias organizações de produtores, com o intuito de modernizar e revitalizar o sector.