Os investimentos previstos rondam os 15 milhões de euros (dez para o Alentejo e cinco para a Bairrada) e incluem, para os dois casos, a construção de novas adegas de apoio à vinificação.
O projecto mais avançado e o da Bairrada (na Quinta do Encontro), que deverá abrir em Setembro próximo, usufruindo ainda do último período de férias deste ano. O projecto do Alentejo (para o Monte da Cal) está menos desenvolvido.
No Alentejo, o enoturismo também é uma realidade com alguns anos. Uma das experiências mais sólidas na região é a protagonizada por José Roquette na Herdade do Esporão. Considerado o 'Enoturismo do Ano' em 2004 por uma revista da especialidade, o investimento permitiu ainda a recuperação da torre, o 'ex-libris' da propriedade, mandada construir em 1457.
Casimiro Gomes, CEO da empresa, explicou ao Diário Económico que o enoturismo faz cada vez mais parte da estratégia de crescimento do grupo, que já tinha vários interesses no sector. Esta área de negócio teve os primeiros projectos no grupo centralizados na região originária, através, nomeadamente, da recuperação (arquitectónica de exteriores e da totalidade dos interiores, incluindo mobiliário, peças de grande valor histórico, livros, etc.) de um solar. Mais tarde, ainda no Dão, o grupo desenvolveu outro projecto de recuperação, desta vez com ramificações para a restauração.
Para Casimiro Gomes, o enoturismo é uma forma de dar a conhecer o ‘portfolio’ vinícola da empresa, mas também de alavancar os negócios. Fundado em i99o, o grupo tem como principais centros a Quinta de Cabriz, tendo recentemente entrado no capital social da Casa de Santar (uma das empresas mais emblemáticas da região demarcada). Aqui está previsto um investimento entre dois a três milhões de euros em áreas como a recuperação de vinhas e modernização da adega.
Investigação permite produção no paralelo 8
Com várias parcerias ao nível da investigação e desenvolvimento, o grupo Dão Sul manteve a partir de 1998 um plano de expansão onde aplicou quase 30 milhões de euros. Parta desse montante foi gasto em investimentos na produção de vinho no Brasil. "É, aliás, uma das áreas onde estamos a pensar reforçar a actividade”, disse Casimiro Gomes, CEO da empresa. O projecto é desde o início inovador: a produção de vinho no paralelo 8 (isto é, numa região sub-tropical muito próxima da linha do equador, que tem dado, segundo o CEO da empresa, grandes resultados. O reforço da produção externa ao território nacional vai no sentido de que "cerca de 50% da produção anual já seja consequida fora do país". Em 2006, o grupo vendeu mais de seis milhões de garrafas de vinho, mas insiste em manter reservado o volume de negócios.