Rota do vinho Alvarinho com plano transfronteiriço
Minho e a Galiza (Espanha) apostam na cultura vinícola do Alvarinho para potenciar a oferta turística das duas regiões ibéricas, através do projecto Enoturismo - Rota do Vinho, que deverá arrancar até finais de 2007.
Um plano partilhado pelos municípios minhotos de Melgaço, Amares e Póvoa de Lanhoso, e pelos homólogos galegos de Ribadavia e Carbadella de Avia, tendo ainda como parceiros a Região de Turismo Verde Minho e a União de Produtores de Alvarinho. O investimento ascende a cerca de um milhão de euros. A par da Rota dos Vinhos Verdes, cujo projecto "está adormecido", na opinião de Henrique Moura, presidente da Região de Turismo Verde Minho, pretende-se avançar para uma rota diferenciada e de identidade própria do vinho Alvarinho nestas duas regiões, onde, anualmente, são produzidos 30 milhões de litros (25 milhões na região galega).
A ideia, segundo Javier Pérez, da Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal, é conciliar a Rota do Vinho e o património turístico como "produto único", transformando o Minho-Galiza em "território vinícola europeu", no âmbito da Carta Europeia do Enoturismo.
"Sem cultura do vinho não há produto, pelo que, achamos indispensável promover o enoturismo compatível ao desenvolvimento turístico, patrimonial e cultural das duas regiões ibéricas e da sua própria sustentabilidade económica", disse.
Nessa perspectiva, o projecto - ontem apresentado em Braga - aponta para a promoção e fomento do chamado "turismo do vinho", que contempla um vasto conjunto de serviços integrados, nomeadamente, adegas, espaços museológicos, centros de interpretação e lojas especializadas de produtos vitivinícolas.
A par daqueles serviços, a Rota do Vinho pretende, ainda, a adesão ao projecto dos produtores (através da abertura das suas quintas aos turistas) e da própria indústria de restauração, a quem é solicitado aos seus proprietários um "produto certificado" do vinho alvarinho.
Com o apoio dos respectivos municípios, o projecto Enoturismo - Rota do Vinho terá a sua primeira fase de execução já no primeiro semestre de 2007, com a criação de sinalética e definição dos percursos eleitos.