Vinhos da Estremadura vão passar a ter designação de Lisboa para disputar mercados externos
O Ministério da Agricultura deverá publicar até ao final da semana a portaria que vem alterar a indicação geográfica do Vinho Regional da Estremadura para Lisboa, para melhor comercializar a marca no mercado externo.
"O ministro espera assinar a portaria com a nova designação até ao final da semana", confirmou à agência Lusa o gabinete do ministro, depois de Jaime Silva se ter reunido terça-feira com responsáveis da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) de Lisboa, de quem partiu a proposta de alteração da indicação geográfica por vontade dos agentes económicos da região.
"Há vantagens nesta alteração porque com o nome de Lisboa é mais fácil vender o vinho no mercado externo, o que facilita a comercialização do vinho pelos agentes económico sobretudo na actual conjuntura económica", explicou à agência Lusa o presidente da CVR de Lisboa, João Ghira.
O dirigente adiantou ainda que "com esta alteração evita-se que haja confusão com a Estremadura espanhola", região igualmente produtora de vinhos.
Além das "melhorias na imagem e qualidade dos vinhos" no mercado externo, a tutela espera que a alteração venha "aumentar a percentagem dos vinhos certificados".
A Estremadura, equivalente à área da CVR de Lisboa, é a segunda maior área de vinhas do país (30 mil hectares), produzindo anualmente cerca de 15 mil litros de vinho (18 mil garrafas), capazes de gerar uma receita de 50 milhões de euros.
Desta produção, cerca de 50 por cento está destinada à exportação, sendo a região do país a exportar mais vinhos.
Dos 18 milhões de garrafas produzidas por ano, 16 milhões são do vinho regional, que passará a ter indicação geográfica de Lisboa.
A região possui ainda oito vinhos (Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Óbidos, Encostas D'Aire, Bucelas, Carcavelhos e Colares) e uma aguardente (Lourinhã) com Denominação de Origem Controlada.