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Sócrates defende estratégia plural para o Douro

Público | 01-09-2006
Vinho, paisagem, cultura e turismo são os produtos a valorizar. Projectos agrícolas que respeitem a paisagem Património Mundial serão apoiados.

Os projectos de reconversão de vinhas do Alto Douro vinhateiro vão ser apoiados, desde que preservem a paisagem que em 2001 foi classificada pela UNESCO como Património Mundial. Esta foi uma das medidas anunciadas ontem pelo primeiro-ministro, José Sócrates, na cerimónia de lançamento das comemorações dos 250 anos da Região Demarcada do Douro.
O programa para apoiar os projectos que respeitem a paisagem cultural vinhateira era há muito reivindicado na região duriense, que tem assistido à destruição de inúmeros socalcos. Ao todo, segundo José Sócrates, este plano zonal terá uma verba de quatro milhões de euros anuais, sendo que os projectos serão financiados em 75 por cento a fundo perdido.
Ontem, José Sócrates anunciou também que o Instituto de Turismo Português vai fazer uma campanha de promoção internacional do Douro e dos seus produtos nos mercados tradicionais de vinho do Porto e de vinhos do Douro. Esta campanha absorverá 315 mil euros até ao fim do ano.
A intenção do Governo é criar no Douro um "novo pólo turístico nacional". A promessa não é nova. Em 2004, o então primeiro-ministro Durão Barroso prometeu transformar o Douro no "quarto destino turístico nacional". E foi numa pomposa cerimónia realizada durante uma viagem de barco no rio Douro que o actual presidente da Comissão Europeia lançou o Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro.
Mas o plano mergulhou logo numa gritante letargia. Ontem, Sócrates recuperou a promessa que fez durante a sua campanha eleitoral e mostrou-se empenhado em recuperar o projecto turístico. O caminho do Douro, disse, "já está delineado" em inúmeros estudos, diagnósticos e projectos. "O desafio é executar a estratégia", sublinhou.

Unidade de missão vai "estimular"

Nesse sentido, o Governo aprovou ontem em Conselho de Ministros a criação de uma unidade de missão para o Douro, para "dinamizar, coordenar, estimular a concretização das acções" previstas. Será esta estrutura que fará a articulação entre a administração central e local, os investidores privados e a própria sociedade civil. "Esta região tem todas as condições para se afirmar como um pólo turístico muito especial", sublinhou o chefe de Governo, prometendo orientar nesse sentido as verbas do próximo Quadro de Referência Nacional.
Sobre a Casa do Douro, onde se realizou a cerimónia de ontem, Sócrates não disse uma palavra, concentrando o seu discurso na necessidade de "concentração das adegas cooperativas". "O principal problema da viticultura do Douro é a dispersão da produção", sublinhou.

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