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Vinho e arte unidos na Quinta de Lemos

Jornal de Notícias | 20-05-2006
Sol entra, por todos os lados, na recepção envidraçada da Quinta de Lemos, em Silgueiros, nos arredores de Viseu. Mas à medida que se descem os três andares do edifício, feito de contrastes, a luz coada e o silêncio, penetrantes, convidam à reflexão. Nas caves, onde o vinho repousa, tranquilo, em pipas geometricamente alinhadas, obras de arte revelam-se, sem pecado, perante o olhar emocionado dos visitantes.
Géraldine Lemos Esteves, relações públicas da Quinta de Lemos, apressa-se a explicar as razões da presença da exposição de arte contemporânea (até 4 de Junho), com dezena e meia de artistas plásticos, organizada em parceria com a galeria Arthobler.

"Produzir vinho é uma arte. É a expressão máxima da comunicação entre o homem e o melhor que a terra nos dá. A simbiose entre esta e outras formas de cultura gera comunidade. Comunicação. É isso que pretendemos neste espaço aliar a tradição à modernidade", revelou Géraldine Lemos Esteves.

Mas nem só de silêncios vive a Quinta de Lemos. Aos fins-de-semana, um programa paralelo à exposição atrai poetas, músicos e eruditos. Sempre com o vinho como pretexto.

O projecto da Quinta de Lemos, lançado em 1997 por Celso Lemos - um viseense, radicado na Bélgica, profundamente ligado à terra natal e às raízes familiares -, aposta na máxima inovação e tradição. Marcas visíveis nos 24 hectares de vinha constituída por castas regionais como a Touriga Nacional (60%), Alfucheiro Preto (20%), Tinta Roriz (10%) e Jaen (10%); na adega, arquitectada e construída com materiais nobres e vanguardistas; na forma de produzir, e, sobretudo, na filosofia de qualidade que lhe é subjacente.

"É um projecto em construção no Dão. Estamos a trabalhar sem pressas, com regras precisas e um objectivo definido desde o início produzir vinhos tintos de elevada qualidade. Essa é a vontade do meu pai", garante Géraldine Lemos Esteves.


Vindimas nocturnas

A Quinta de Lemos foi pioneira, na Região Demarcada do Dão, das vindimas nocturnas. A intenção, assevera o enólogo Hugo Chaves, é aproveitar a frescura da noite para conseguir incubações "fabulosas" e manter o aroma das uvas. A vindima é acompanhada de um complexo processo de transporte, triagem, maceração e fermentação até o vinho ficar em repouso nas cubas. O engarrafamento de vinhos tintos Quinta de Lemos começou em 2003. Em 2005, já iam em 70 mil garrafas. Apesar da sua juventude, a marca já conquistou alguns prémios. "Com a nossa terra, a nossa gente e as nossas castas estamos a trabalhar para obter vinhos de alta qualidade", disse Hugo Chaves.

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