Associação de Municípios do Vinho aprova criação de rede de aldeias vinhateiras
"Esta rede tem como objectivo procurar financiamentos comunitários para criarmos a possibilidade de se visitar as seis aldeias que já estão constituídas na zona do Douro, mas também outras aldeias vinhateiras um pouco por todo o país", disse à Lusa José Arruda, secretário-geral da AMPV.
A Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) aprovou hoje em Palmela a criação de uma rede nacional de aldeias vinhateiras, que deverá reforçar a oferta turística que já existe no sector do vinho em diversos pontos do país.
"Esta rede tem como objectivo procurar financiamentos comunitários para criarmos a possibilidade de se visitar as seis aldeias que já estão constituídas na zona do Douro, mas também outras aldeias vinhateiras um pouco por todo o país", disse à Lusa José Arruda, secretário-geral da AMPV, que representa 65 municípios de todo o país.
"Existem aldeias em que o tema do vinho é importante em termos sociais, culturais e económicos. Esperamos ter cerca de uma centena de aldeias vinhateiras dentro de dois ou três anos. O que nós queremos é construir essa rede e introduzi-la no mercado do turismo", acrescentou José Arruda, salientando que já houve manifestações de interesse de algumas aldeias vinhateiras de diversos pontos do país, incluindo Madeira e Açores.
O secretário-geral falava às Lusa após uma reunião do Conselho Diretivo da AMPV, para aprovação da candidatura à presidência da Rede Europeia das Cidades do Vinho, e da Assembleia Intermunicipal, que, além do projeto das aldeias vinhateiras, aprovou a admissão dos municípios de Arcos de Valdevez (Vinhos Verdes) e Carregal do Sal (Dão) e o regresso do município de Arruda dos Vinhos (Lisboa).
"Temos a noção de que, cada vez mais, o vinho tem uma importância muito grande para as pessoas visitarem Portugal", frisou José Arruda, salientando que a importância do vinho na promoção turística é reconhecida pela Organização Mundial de Turismo.
"Num estudo feito no ano passado pela Organização Mundial do Turismo, na questão colocada aos turistas sobre o motivo que os levava a visitar Portugal, o tema do vinho foi um dos temas prioritários. Antes indicavam o sol e a praia", disse o responsável da AMPV, destacando a importância do trabalho desenvolvido pela associação na última década.
O presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, que também sublinhou a importância do setor na região e no país, anunciou a intenção do município palmelense de corresponder à estratégia da AMPV de valorização das aldeias vinhateiras e do enoturismo.
"Estamos empenhados na estratégia da associação para a criação da Rede nacional de Aldeias Vinhateiras, que até agora estava confinada à região do Douro", disse o anfitrião do encontro da AMPV.
O autarca palmelense adiantou que, na semana passada, a autarquia já apresentou o projeto `Centro Rural Vinho´ na localidade de Fernando Pó, que terá sido recebido com entusiasmo pelos vitivinicultores e pela população local.
"Está assegurado financiamento público para a requalificação de espaços, reaproveitamento da antiga escola primária, que será um centro de interpretação, a par de oportunidades para pequenos negócios, para que quem visita Fernando Pó possa ali permanecer mais algum tempo, não se limitando a visitar as adegas da região", concluiu o presidente da Câmara de Palmela.
Lusa