Estrangeiros que visitaram regiões vitícolas serão embaixadores de Portugal
O presidente da Lusovini, Casimiro Gomes, considerou hoje que a visita de quatro dezenas de estrangeiros às principais regiões vitícolas portuguesas ultrapassou as expectativas e fez com que aqueles se tornassem "embaixadores de Portugal nos seus territórios".
"Saíram daqui cerca de 40 embaixadores de Portugal, que vão ainda influenciar fortemente outros a serem embaixadores. O vinho tem esse aspeto interessante do 'boca-a-boca': quando um deles estiver a abrir uma garrafa de um Pedra Cancela do Dão ou de um Sericaia do Alentejo vai conseguir explicar as suas diferenças tão bem como nós, credibilizando os nossos produtos", sustentou.
Na semana passada, cerca de quatro dezenas de clientes estrangeiros estiverem em Portugal a convite da distribuidora Lusovini para conhecerem as principais regiões vitícolas portuguesas e os seus respetivos vinhos, além da gastronomia e monumentos.
Os clientes da distribuição, garrafeiras, restaurantes, hotelaria, jornalistas e críticos de vinhos dos Estados Unidos, Brasil, Angola, Moçambique, China, França, Polónia e Inglaterra visitaram vinhas e adegas no Alentejo, Tejo, Bairrada, Douro e Dão - onde se produzem algumas das 80 marcas que a Lusovini comercializa mundialmente - mas também ficaram a conhecer a gastronomia, paisagem, cultura e património destas regiões vitícolas.
"Começámos em Lisboa e seguimos ao Alentejo, fazendo um circuito de sul para norte. Ultrapassou todas as nossas expectativas e não tenho qualquer dúvida de que os nossos vinhos passam agora a ser defendidos por estas pessoas nos seus territórios", alegou.
Em declarações à Lusa, Casimiro Gomes explicou que esta foi a primeira vez que realizaram uma ação deste género com um grupo grande, constituído por clientes de vários países.
"Até agora só tínhamos feito este tipo de ação com grupos até 10 pessoas, de um só país de cada vez. Ao juntarmos todos estes países, provocámos um choque cultural, o que fez com que se criasse uma empatia e vivência única", acrescentou.
No seu entender, esta viagem serviu para valorizar os produtos endógenos, indo muito mais além do negócio do vinho.
"Tivemos o cuidado de mostrar, em cada região, a cultura, o património, a paisagem, a gastronomia. O vinho vinha quase como um complemento e isso valoriza imenso os produtos endógenos, ou seja, não vendemos o vinho isolado em termos de apresentação, inserindo-o no nosso ambiente cultural, patrimonial e paisagístico", descreveu.
A viagem de seis dias incluiu uma visita à Biblioteca Joanina de Coimbra, ao centro histórico de Évora ou de Viseu e até ao Palácio da Bolsa, no Porto.
"No Palácio da Bolsa participaram no lançamento de um vinho do Porto, servido com gelo. Ficaram completamente fascinados porque muitos deles nem tomavam Vinho do Porto", sublinhou.
O êxito desta iniciativa vai fazer com que seja repetida já no próximo ano, com um grupo da mesma dimensão.
"Um dos americanos que integrou este grupo disse-nos que o maior medo que tinha de Portugal eram as estradas, porque as notícias que tinham eram de que éramos muito maus condutores. Com esta visita, puderam ver também que Portugal tem estradas magníficas e estes detalhes fazem toda a diferença", concluiu.